segunda-feira, 23 de maio de 2016

Nubank, o cartão miguxo

Eu sempre sentia um certo desgosto toda vez que olhava a fatura do meu cartão de crédito e via a cobrança de R$ 20 a título de "Anuidade Diferenciada - Parcela X/6".

Hoje completam três meses que cancelei o meu cartão de crédito no BB e me tornei usuário do cartão Nubank, e gostaria de compartilhar com Vossas Excelências como tem sido essa experiência.

Pra quem não conhece, Nubank é uma startup brasileira que funciona como administradora de cartão de crédito.

Ela oferece um cartão com zero de anuidade, bandeira mastercard internacional,  juros abaixo do praticado pela concorrência e um serviço de atendimento ao consumidor diferenciado.

Exemplo de cartão Nubank
A partir de agora, listarei os pontos positivos e negativos que venho observando ao usar o cartão Nubank e ler resenhas internet afora:

1º Ponto positivo: fazer o cadastro foi ridiculamente fácil 
 
Tudo que fiz foi baixar o app, preencher as informações solicitadas, preencher que queria R$ 1.400,00 de crédito e em questões de horas recebi a mensagem de que minha solicitação foi aprovada e que em 15 dias eu receberia o meu cartão em casa.

Fiz absolutamente tudo pelo celular, sem precisar ir em agência, sem precisar levar uma caralhada de papeis, sem precisar apresentar uma porra de uma DECORE (quem é profissional liberal sabe o que é esse troço), enfim, fiz tudo no conforto do meu lar, e isso foi um ponto bastante positivo.

No entanto, devo alertá-los que, pelo que ando lendo internet afora, muita gente faz a solicitação e fica meses aguardando a aprovação do Nubank, e há quem jamais receba a aprovação. 

Acredito que isso ocorre pois, assim como toda administradora de cartão, o Nubank faz análise de crédito das pessoas que enviam solicitação, e muito provavelmente ignora quem tem vida financeira questionável. 

Se você não deve nada pra ninguém e tem uma bela bufunfa em conta, possivelmente terá sua solicitação aprovada bem rápido, assim como aconteceu comigo. 

2º Ponto positivo: anuidade zero

Antes eu pagava R$ 120/ano de anuidade para ter um cartão de crédito. Agora pago zero. Acho que isso dispensa maiores comentários.

3º Ponto positivo: conectividade

O cartão de crédito é 100% vinculado a um aplicativo de celular que contabiliza "ao vivo" todas as transações.

Assim que você faz uma compra, ela é imediatamente registrada no extrato do aplicativo (se eu não me engano, o BB demorava três dias para registrar uma transação na fatura). Isso te dá 100% de controle sobre quanto você deve de cartão de crédito, e acaba com aquele temor que a gentalha tem de perder o controle dos gastos e no final do mês ser surpreendido com uma fatura cabeluda.

Outro ponto que achei bastante positivo é que você pode, por meio de hashtags, detalhar melhor o que diabos você acabou de comprar.

Sabe quando você vai na padaria da esquina, compra algo no cartão de crédito e no extrato aparece um nome completamente diferente ao da padaria, algo tipo "POSTO DE GASOLINA DO JAILSON LTDA", e no fim do mês você fica pensando "que porra de gasto em posto de gasolina foi esse?". Pois é, as hashtags resolvem esse problema, te permitindo detalhar melhor o que você acabou de comprar.

Exemplo do extrato.
4º Ponto positivo: você pode fechar a fatura a qualquer momento

Muito embora na hora do castramento o Nubank exija que você escolha uma data de fechamento para a sua fatura, você pode fechar a fatura quando quiser, pagá-la e recuperar a integralidade do seu limite de crédito.

 5º Bom atendimento ao consumidor

A sensação que tive na única vez que precisei usar o SAC é a de que a pessoa realmente estava comprometida em resolver o meu problema, e não em me despachar o mais rápido possível para atender ao próximo chamado. 

Você pode abrir um chamado por meio do chat que existe no aplicativo, ou seja, não precisa telefonar pra ninguém, o que também considero uma vantagem.

Ainda em relação ao SAC, o Nubank ocasionalmente manda alguns mimos para usuários do cartão, e esses usuários que recebem esses mimos vão todo felizes compartilhar o acontecimento no Facebook, às vezes sem perceber que estão se tornando uma ferramenta involuntária de propaganda. Exemplo:



Eu particularmente tenho um pouco de nojo desse miguxismo todo, e bastante desprezo por pessoas carentes ao ponto de precisar do afeto de uma administradora de cartão de crédito, mas enfim, já vi em mais de uma oportunidade gente elogiando esse miguxismo do Nubank no Facebook, então a propaganda tá surtindo o efeito desejado.

Tava bom demais para ser verdade, não é mesmo? Chegou a hora de listar os pontos negativos:

1º Ponto negativo: o programa de fidelidade é patético

O Nubank não tem um programa de fidelidade próprio. Ele tem tão somente vínculo com o programa "Mastercard Surpreenda", que pelo que pesquisei é uma bela de uma bosta.

O Mastercard Surpreenda te dá desconto em umas 10 franquias restaurantes, Cinemark, na assinatura de revistas inúteis tipo Caras, enfim, um monte de porcariazinha, nada muito atrativo.

Isso não me afeta, já que não gasto muito com cartão de crédito, e mesmo se o Nubank tivesse um programa de fidelidade decente eu nunca conseguiria acumular pontos o suficiente pra comprar algo que presta, tipo milhas ou algum produto que realmente me interesse.

No entanto, deixo o alerta: se você se interessou no Nubank com base em tudo que escrevi até aqui, fique neste momento avisado de que o cartão não tem um programa de fidelidade bom. 

2º Ponto negativo: não dá pra botar senha no app 

Não existe a opção de colocar senha no app do Nubank. Achei isso bastante estranho e inadequado, já que todo app relacionado a finanças que tenho em meu celular te dá a opção de colocar senha. 

Enfim, não é nada muito relevante, mas ao meu ver não deixa de ser um ponto negativo. 

3º Ponto negativo: conectividade

Citei a conectividade como um ponto positivo, mas citarei como negativo também como forma de alerta: o cartão é vinculado a um aplicativo para smartphone. Se você tem um celular das antigas ou até mesmo um smartphone muito ultrapassado, dificilmente vai conseguir se dar bem como usuário do cartão. 

4º Ponto negativo: fila de espera

Como eu disse no 1º ponto positivo, enviei minha solicitação e em questão de poucas horas já tinham me autorizado e enviado uma mensagem de que eu receberia o cartão em duas semanas.

Só que como eu vejo muita gente reclamando de que está mofando na fila de espera há meses, e inclusive conheço gente que está na lista de espera há mais de um ano, então resolvi colocar a tal fila de espera como um ponto negativo, embora eu mesmo não tenha passado por ela.

Mas enfim, vale a pena? 

Respondendo a essa pergunta da maneira mais objetiva possível:

Se você gasta pouco com cartão, tão pouco que nunca conseguiu comprar nada que preste em programa de fidelidade, sim, vale muito a pena!

Se, por outro lado, você for daquelas pessoas que gastam com cartão ao ponto de conseguir milhas aéreas e outras coisas interessantes, então esquece, você pode até se dar bem no quesito anuidade zero, mas vai se dar mal no que tange aos prêmios de programa de fidelidade.

Abraço!

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Desaparecimento do Pobre Requenguela

Hoje reparei no meu blogroll que o amigo Pobre Requenguela não posta nada há algum tempo.

Entrei no blog dele para perguntar se está tudo bem e, para minha surpresa, o blog foi removido.

Sem cerimônias e sem post de despedida, o nosso amigo evaporou da blogosfera financeira.

Alguém sabe que fim levou o Pobre Requenguela?

PR, se estiver lendo este post: espero que esteja tudo bem contigo. Saiba que você fará falta!

sábado, 30 de abril de 2016

Desempenho abril/2016 (+6,57%)

Vou separar os acontecimentos de abril em tópicos para facilitar a leitura:

Final feliz contra Kátia, a ingrata
 
Kátia, a ingrata, pagou ontem o que nos devia. Continua sendo uma ingrata e só pagou pois sabia que cedo ou tarde a justiça iria penetrá-la analmente, mas o que importa para mim é que a situação está resolvida e posso esquecer que essa mulher existe. 

O apartamento

No meu post de desempenho de janeiro/2016 comentei aqui no blog sobre uma ação judicial que minha empresa tem contra um ex-cliente caloteiro que nos deve mais de R$ 120 mil.

Pois bem, no post de janeiro eu estava feliz pois tínhamos conseguido penhorar uma máquina de blocos de concreto e pavers avaliada pelo oficial de justiça em R$ 130 mil.

Essa criatura

A máquina foi a leilão por duas oportunidades, uma no meio de fevereiro e outra no começo de março, mas ninguém arrematou o trambolho. 

O leiloeiro disse que até apareceram alguns interessados para olhar a máquina no depósito, mas esses interessados falaram que ela não vale nem R$ 50 mil por estar altamente depreciada e com peças originais substituídas por peças baratas.

Moral da história: o oficial de justiça deve ter usado crack antes de avaliar a máquina em R$ 130 mil, definiu um preço que pelo visto é surreal, nos encheu de falsas esperanças e atrasou a ação judicial em alguns meses pois tivemos que aguardar leilões que seriam inócuos.

A boa notícia de abril é que conseguimos achar um pequeno apartamento em nome desse devedor que milagrosamente estava livre e desembaraçado de qualquer ônus.

Como o devedor quebrou de vez e tem uma dezena de ações trabalhistas ajuizadas contra ele a partir de 2015, resolvemos não dar mole para o destino e adjuticamos o bendito imóvel.

O apartamento ficará registrado em nome da minha empresa e tentaremos vendê-lo pelo melhor preço possível e preferencialmente rápido, para não termos que arcar com as despesas mensais (R$ 250/mês só de taxa condominial).

Pelo que vi na OLX e imobiliárias locais, imóveis nesse prédio são negociados entre R$ 120 e R$ 150 mil, então se quando vendermos embolsaremos uma grana digna.

A frente fria

A frente fria finalmente chegou ao Sudeste e isso me deixou de ótimo humor nos últimos dias de abril. 

Eu me locomovo essencialmente a pé e de ônibus, então tenho uma relação de puro ódio com sol e calor.

Como eu me sinto na maior parte do ano

Alta nos FIIs

Ainda não consegui me livrar do hábito de dar aquela conferida diária na cotação dos FIIs, e esse mês meus fundos foram doses homeopáticas de alegria, por conta da alta que descreverei nas planilhas que serão postadas mais abaixo. 

Contratões

Em abril fechamos dois bons contratos, um de R$ 17 mil e outro de R$ 55 mil. Não vou entrar em detalhes por motivo de preguiça

Casamento

Calma, amigos, não vou casar.

Fui convidado para um casamento de alta sociedade, entre a filha do dono de uma madeireira e o filho do dono de uma construtora.

Além de bancarem a festa, os pais dos pombinhos bancaram também o transporte dos convidados e a hospedagem, pois o casório foi num tradicional hotel nas montanhas do meu Estado.

Não entendo como conseguem gastar tanto com casamento, seguramente aquele casamento custou uns R$ 300k, mas isso não é problema meu, o que importa é que fiz uma viagem maneira para as montanhas sem pagar transporte e hospedagem, além de ter comido e bebido do bom e do melhor, tudo isso pela bagatela de 150 dilmas, que foi o que paguei de presente de casamento.

Enfim, esses foram os acontecimentos que me deixaram de bom humor durante o mês de abril. 

Sem mais delongas, vamos falar de patrimônio:


Encoxei nos R$ 85k tanto por conta do aporte quanto por conta da alta nos FIIs.
Segue a totalidade da bufunfa que tenho alocada em FIIs:


Agora o desempenho individual dos meus 4 fundos (BBPO11, KNRI11, AGCX11, RNGO11):


A totalidade do meu patrimônio financeiro está alocada da seguinte forma:

R$ 24.300,83 num CDB pré que rende pouco mais de 1% a.m. líquido.
R$ 4.193,70 em KNRI11.
R$ 4.128,45 em RNGO11.
R$ 4.043,58 em BBPO11.
R$ 4.120,00 em AGCX11.
R$ 21.712,44 em LFT.
R$ 14.334,42 em NTN-B Princ. 2019.
R$ 4.092,85 em LTN 2021.
R$ 3.630,45 em caderneta de poupança.
R$ 232,27 largados na conta-corrente da corretora.
Total: R$ 84.788,99.

Por hoje é só. Desejo um bom mês de maio a todos!

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Kátia, a ingrata

Não muito raro pessoas desesperadas procuram minha empresa com problemas graves e, depois que resolvemos o pepino delas, elas fazem cu doce para nos pagar e até mesmo têm a coragem de desmerecer o trabalho desenvolvido para tentar diminuir a nossa remuneração.

Hoje vou compartilhar com vocês uma situação que está se desenrolando neste mês de abril. Se você não gosta de desonestidade, se prepare para ficar puto. 

Em 2013 uma senhora chamada Kátia (nome fictício por motivos óbvios) compareceu lá na empresa com um problema daqueles: fora autuada pela Receita em R$ 180 mil.
Receita de olho no dinheiro da mulher
Kátia disse que procurou advogados, contadores, auditores, pais de santo, enfim, todo tipo de profissional, e todos disseram que não havia nada a ser feito no caso dela a não ser pagar o valor integral da autuação.

Fechamos um contrato com Kátia em que nos comprometemos a tentar resolver o problema dela perante a Receita, e como contraprestação ela nos pagaria R$ 9 mil de entrada e 5% do valor do êxito (ou seja, se conseguíssemos livrá-la de pagar R$ 180 mil, ela teria que nos pagar mais 5% de R$ 180 mil).

Com o contrato assinado e o valor da entrada pago, demos início à prestação de serviço. 

Constatamos que a Receita só tinha razão em cobrar R$ 24 mil, orientamos a cliente a pagar esses R$ 24 mil e impugnamos os R$ 156 mil que entendemos que o fisco estava cobrando indevidamente.

Com a lerdeza típica do serviço público, somente agora em abril de 2016 saiu o resultado da impugnação: totalmente procedente, ou seja, conseguimos livrar a Kátia de pagar R$ 156 mil.


Sensação boa de dever cumprido
Telefonei para a Kátia para dar as boas notícias e, claro, cobrar os 5% sobre o êxito, ou seja, R$ 7.800,00 (5% de R$ 156 mil).

Kátia: Nossa, R$ 7.800,00? Tudo isso?! 
Madruga: Sim, o contrato que você assinou conosco prevê que você pagará 5% sobre a economia fiscal, e conseguimos com nosso trabalho te livrar de pagar R$ 156 mil.
Kátia: Tá muito caro esses R$ 7,8 mil, se eu soubesse que seria isso tudo não teria contratado. 
Madruga: Como assim "se eu soubesse"? Está no contrato, a senhora sabia.
Kátia: Olha, isso foi em 2012, eu sinceramente não lembro porque contratei vocês, eu poderia ter feito essa impugnação na Receita sozinha.
Minha cara quando a jabiraca disse isso
Mandamos o boleto para o e-mail da Kátia e estamos tentando contato telefônico, mas ela não atende mais as ligações.

Muito provavelmente essa situação vai descambar em uma cobrança judicial. 

Resumo da ópera: a desgraçada cachorra filha da puta arrombada Kátia nos procura dizendo que ninguém que ela procurou antes conseguiu uma solução pro problema dela, nós conseguimos uma solução pro problema e a livramos de pagar R$ 156 mil, e, na hora de nos pagar módicos R$ 7,8 mil pelo serviço prestado, a ingrata diz que poderia ter resolvido o problema sozinha, corta contato conosco e muito provavelmente nos obrigará a entrar com ação na justiça.

Essa é a sina do prestador de serviço: você lidará com clientes que te tratam como um semideus quando precisam de você, e na hora de acertar as contas entram na defensiva e pisam em cima do serviço que você prestou.
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