quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Experiências esdrúxulas com caridade

A propósito do assunto iniciado pelo amigo Corey, gostaria de compartilhar com vocês algumas experiências esdrúxulas que tive com caridade.

Corey em uma de suas lojas. Visite seu blog clicando aqui.
Inicialmente gostaria de dizer que a ideia de ajudar em dinheiro não me agrada. O motivo é simples: não tenho carro, não tenho teto, e se ficar comigo é porque gosta, não tenho imóvel, não tenho previdência privada, não contribuo pro INSS, não tenho absolutamente nada conquistado que possa me garantir um futuro tranquilo.

Como vou dar dinheiro para os outros quando eu sinto que tranquilidade financeira ainda não é uma realidade para mim? Como vou pegar o dinheiro do meu trabalho e dar para os outros sem nem saber se em 20 anos estarei bem de vida ou vivendo de favor?

Se um dia eu sentir que meu futuro está garantido posso começar a contribuir em dinheiro, mas no momento preciso pensar em mim antes de pensar no próximo.

Por ora, doo sangue 3 vezes ao ano, estou cadastrado como doador de medula óssea, doo grãos de arroz para esfomeados por meio desse programa sensacional da ONU e visito asilos com pouca regularidade, mas visito. Existem várias formas de contribuir para um mundo melhor sem tirar dinheiro do bolso, vá ler o post do Corey pois ele tratou bem desse assunto.

Em hipótese alguma eu daria dinheiro para gente aleatória na rua, pois seu dinheiro pode acabar sustentando vícios, bancando pilantras e fazendo com que pessoas prefiram ficar na rua do que procurar abrigos públicos (por incrível que pareça, tem muita gente na rua porque quer estar lá). 

Bom, o assunto agora é pilantragem. Vou contar uns casos que quase me convenceram a ajudar, mas felizmente não ajudei. Vamos lá:

1) A mãe de família

Certa noite fui a um supermercado e na frente dele fui abordado por uma mulher que pedia leite ninho ou neston para os filhos. Ela começou a chorar enquanto me pedia e eu fui checar o preço desses produtos para ver se poderia ajudá-la.

Assim que vi que uma lata de ninho ou neston custa mais de R$ 10, minha boa-vontade cristã desapareceu e desisti de ajudar rs.

R$ 12 a lata? Porra, Nestlé. 
Uns meses depois disso, recebi o jornal da associação de moradores do meu bairro e vi que essa mulher e o marido dela foram presos. O esquema era o seguinte: ela ficava mendigando leite ninho e neston na frente dos supermercados, enquanto o marido - um técnico em enfermagem - vendia as latas para familiares de pacientes dentro do hospital infantil no centro da cidade.

2) O soropositivo

Um cara me abordou num ponto de ônibus alegando ser homossexual, soropositivo e com hepatite. Vinha do interior pois foi abandonado pela família e precisava de dinheiro para se tratar. 

"Caralho, quanta desgraça", foi o que pensei na hora. 
Ele tirou um calhamaço de papel velho do bolso e disse "se quiser pode conferir, são laudos médicos mostrando que tudo que eu te disse é verdade". 

"Quero conferir sim, desembola essa papelada aí para eu dar uma olhada", respondi.

Nessa hora ele olhou pra mim com cara de susto e disse "deixa pra lá, tô com um pouco de pressa", e foi embora.

Devia ser receita de pudim anotado no papel. Filho da puta.

3) O bibliotecário

Em 2008 minha mãe formou em pedagogia e, não sei por qual motivo, todos os livros que ela comprou durante o curso estavam no meu apartamento. 

Como os 18 livros em questão não tinham utilidade alguma para mim, resolvi doá-los à biblioteca central da universidade onde eu estava fazendo minha graduação.

Em vez de simplesmente receber os livros e me agradecer, o servidor da biblioteca me entregou 18 formulários, falando que eu deveria preencher cada um deles colocando o nome do autor, título do livro, número da edição, local onde o livro foi fabricado, nome da editora, ano da publicação, número do ISBN, número de páginas, formato, tipo de capa e palavras chaves sobre o tema do livro.

É típico de funça mesmo: eu só queria doar os livros e ir embora, mas o corno queria que eu sentasse ali e passasse a tarde toda fazendo o trabalho dele. 

Desisti de doá-los à universidade, peguei os livros e vendi num sebo que tinha ali perto (não lembro quanto embolsei).

Depois disso, formalizei uma reclamação na ouvidoria da universidade e, um tempo depois, descobri que por conta da minha reclamação o servidor foi punido com a pesadíssima pena de... advertência (uau).

A provável reação do servidor quando viu que foi penalizado com "advertência"

4) A menina com leucemia

Na universidade eu puxei algumas matérias do curso de história pois gostava muito do assunto, mesmo não tendo relação alguma com minha graduação.

Na aula de história do Brasil colonial havia uma garota diagnosticada com leucemia.

Ela tinha cabelo curtíssimo, usava uma toca na cabeça e com alguma frequência passava mal no meio da aula, causando uma comoção generalizada.

Como era de se esperar, a menina contava com a solidariedade generalizada do departamento, recebendo carona toda noite dos estudantes, com professores fazendo vaquinha para dar um apoio financeiro para ela que tinha origem humilde, enfim, todo o apoio necessário para transformar aquele momento que ela estava vivendo em algo menos tortuoso. 

Eis que, passado não lembro quanto tempo, uma prima da menina com leucemia apareceu no prédio dizendo que ela não tinha leucemia coisa nenhuma, que estava fingindo, que a vida toda ela sempre fingiu doença para chamar a atenção da família.

Fingindo leucemia. Tem filho da puta para todo nesse mundo. 
Os professores que deram ajuda financeira registraram ocorrência, a menina parou de ir à universidade e ficou por isso mesmo.

Depois disso parei de frequentar as aulas daquele curso, mas sei que uns meses depois ela voltou a ir para a aula, sofria um bullying violento enquanto fingia que nada tinha acontecido. 

Em 2014 eu vi essa menina grávida na rua. Não sei se fico com mais pena do cara que a engravidou ou da criança que nessa altura do campeonato já nasceu e em breve descobrirá a mãe que tem.

Escrevi este post não como forma de desestimular as pessoas a fazer caridade, muito pelo contrário, milhares de pessoas de bem precisam ser ajudadas. Escrevi só a título de descontração mesmo, e para nós prestarmos mais atenção em quem pretendemos ajudar.

Abraço!

64 comentários:

  1. Se você vê um pobre "morrendo", termine de "matar".

    Como eu sou invisível para sociedade, invisível serão minhas atitudes.

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    1. Só tenho R$ 73 mil no bolso, espero que eu não me encaixe no seu conceito de pobre rs. Abraço!

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  2. A melhor caridade que alguém pode dar seria um emprego com carteira assinada.
    Caridade não resolve o problema, apenas um paliativo vide bolsa família entre outros coisas.
    Tirar dos produtivos para dar para os improdutivos só gera dependência.
    O melhor tipo de caridade: Fazer tal endividou trabalhar ganhar seu próprio dinheiro pagar imposto ou fazer uma doação produtiva incentivar um ONG abrir um negocio própria por meio deste negocio ela mantém um fluxo de caixa constante em vez de ficar dependendo da boa vontade alheia.
    Dinheiro tem que gerar dinheiro produtivos tem que gerar dinheiro.
    Muita gente se aproveita do coração mole das pessoas para passar a perna em seu semelhante, sabe aquele dinheiro que você doa ao mendigo, vai tudo para pinga e droga.
    Existe restaurantes, albergues públicos ao qual pagamos por meio de impostos, boa parte do mendigos prefere ficar na rua mendigando.
    Sabe aquela noite mal dormida, pesadelos com imposto de renda etc.
    O dia que os produtivos pararem de produzir a sociedade dependente morri do governo idem.

    Olha este vídeo
    https://www.youtube.com/watch?v=ILxikQqL33s

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    1. Fala Mestre!! À noite assisto o vídeo, agora estou na empresa e vou pagar de desocupado na frente dos colegas se abrir o youtube. Quanto ao que você escreveu, realmente tem gente que prefere a rua. Conheço uma assistente social e ela disse que quando aborda a mendigada, muitos dizem que não querem ir pro albergue por preferirem a "liberdade".

      Abraço!

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    2. Perfeita reflexão, Mestre dos Dividendos. Caridade por si só não muda nada, pelo contrário, na grande maioria das vezes favorece a vadiagem.
      Vejo muitos pedintes em semáforos, calçadas, praças e em transportes coletivos. Não é possível que toda essa gente não tenha amparo algum do governo. É certo que rola um oportunismo aí, somado a picaretagem e falta de vergonha na cara...

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  3. Uma vez uma pessoa me pediu dinheiro no sinaleiro porque estava morrendo de fome. Eu olhei no porta-treco do carro e achei uma moeda de 25 centavos. Era tudo que eu tinha ali no momento, eu não iria tirar a carteira do bolso e dar bobeira. Ela pegou a moeda de 25 centavos, e quando eu arranquei, ela pegou e jogou a moeda na minha cara. Na época o pão francês custava 10 centavos.

    Outra vez, uma pessoa muito bem vestida e muito educada, me abordou e pediu 5 reais para comprar gasolina porque o carro dela teve pane-seca a 3 quadras dali. E ela falou: esqueci a carteira em casa e coincidentemente acabou a gasolina, estou desesperado... Posso deixar a minha identidade com vc e depois eu te pago.
    Eu acreditei na história e logicamente não peguei a identidade, porque não faria sentido uma pessoa daquelas ficar mendigando 5 reais... Na época deveria dar pra comprar uns 3 litros de gasolina..
    Dei o dinheiro pra ela.. Mas fiquei com a pulga atrás da orelha, dei uns minutos e dei uma volta na quadra... Quando voltei o filho da puta estava abordando mais pessoas.

    Nesse mundo é vc contra os mais "espertos", todos querem tirar o seu dinheiro...

    Ong's, padres, pastores, mendigos, comerciantes locais em cidade turística, governo, bandidos, etc..

    É vc contra o mundo.

    Primeiro vc tem que se ajudar, para depois ajudar os outros, e quando for ajudar ver muito bem a intenção alheia.

    Grande Abraço

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    1. Já perdi a conta de quantas vezes, algo semelhante já aconteceu comigo. De no momento eu não ter nada, além de algumas moedas, pois praticamente só ando com o cartão de débito. E quando a pessoa recebe 10, 25, 50 centavos, tem a canalhice de reclamar. Fico muito puto nessa hora.

      Mas apesar disso, costumo sempre ajudar, não tem como saber quem é quem, e o dia de amanhã a Deus pertence.

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    2. Caramba Catarrento, que tenso essas histórias. Realmente não dá pra confiar em absolutamente ninguém que surge do nada pedindo dinheiro.

      Depois da IF talvez eu ajude com dinheiro, mas certamente não será entregando grana pra pedinte.

      Abraço e de novo parabéns pelo milhão!

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    3. Outsider, a pessoa recusar dinheiro porque achou pouco... nossa senhora, não sei nem o que dizer.

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  4. Antes de se fazer QUALQUER COISA sempre lembre-se ;

    eu vivo no bostil

    Abraço


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    1. O negócio é juntar dinheiro para quem sabe um dia dizer "eu vivo na Suécia".

      Abraço!

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  5. Boas,

    Tenho a cara de pau de fazer o mesmo comentário que fiz no blog do Corey.

    "Se quer doar, doe seu TEMPO, o maior ativo que temos...ele se gasta e não volta atrás. NUNCA!"

    E complemento...

    Admiro vc ser doador de medula óssea pois dissem que é a maior dor do mundo , eu não sei, não sou doador.

    Eu tbm faço doação de sangue todo ano, a cada 1 doador pode se salvar 4 vidas :D

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    1. Investidor Maluco, a ideia de sugarem suquinho de medula de dentro da minha bacia não me agrada muito, mas só me cadastrei como doador de medula pois rola anestesia rs (não sei se geral ou "raqui").

      De qualquer modo, é difícil rolar compatibilidade, talvez eu morra de velhice sem jamais receber ligação do famigerado REDOME.

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    2. meus amigos, uma vez perguntei a um amigo ortopedista se o procedimento para colher a medula era muito doloroso, ele respondeu que é feito com anestesia local e que se retira uma pequena quantidade da medula (tutano) na região da bacia.

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    3. Anon das 20:12, só me cadastrei como doador de medula óssea pois pelo que pesquisei rola uma anestesia e que o procedimento é indolor.

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    4. acompanho seu blog mas nunca comentei, te parabenizo pela atitude de doar medula, obrigado por divulgar e quem sabe incentivar novos doadores

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  6. Um mendigo tocou a campainha da casa de um colega alegando ser soropositivo e que queria dinheiro para ir até o hospital universitário para tomar o coquetel.
    Meu colega, mesmo desconfiado, se ofereceu para ajudá-lo: "eu te levo, sou médico e trabalho no hospital universitário". Meu colega entrou na casa para pegar a chave do carro e quando voltou o cara não estava mais lá.
    Abraco

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  7. Infelizmente a maioria que pede e golpista.

    Sou catolico, e ouvi uma noticia e um padre que recolhia as doacoes e gastava na semana na putaria rsrs.

    Contei outros dois 'causos' no blog do Corey.

    Eu tambem nao dou dinheiro nao, custo pra ganhar meu dinheiro, se for pra ajudar prefiro ajudar de outras formas.

    Abraco

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    1. Aqui na minha cidade também saiu no jornal notícias sobre um "padre ostentação". Deu um bafafá na época. Acho que a Igreja o despachou para o interior a fim de acalmar os ânimos.

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  8. Ajudo a "médicos sem fronteiras". E normalmente não costumo dar dinheiro para pedintes.

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    1. Vou para a Europa no meio do ano, ajude o Madruga Sem Fronteiras...

      Abraço!

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  9. A melhor maneira de ajudar quem precisa é não se tornar um deles. Dito isto de maneira objetiva, vou deixar clara minha hipocrisia: Eu ajudo 3 em 5, no mínimo. E grande parte das vezes devo estar sendo enganado, mas como bom cristão gosto de pensar que eu fiz minha parte e dali em diante não é mais comigo. Gosto de pensar que sou abençoado com mais que os outros e fico feliz em poder ajudar. uma vez vi um filme (para ser bem honesto nem lembro se foi isso mesmo, um filme ou desenho..ou livro..) onde Jesus saia na forma de mendigo pedindo ajuda, isso deve estar no meu sub-conciente, I guess.
    Mas ratificando, concordo com sua posição completamente. Eu também ajudo albergue (assim como você, poucas vezes no ano mas ajudo) e orfanato.

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    1. Acho que já vi um desenho parecido com isso daí, Carvalho. Eu particularmente não dou dinheiro, não gosto da possibilidade de ser enganado, mas tento contribuir de outras formas.

      Abraço!

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    2. Seu Madruga, busque conhecer instituições na sua cidade que fazem bom trabalho. Asilos, orfanatos, casas para mulheres, etc. Vá um dia sem avisar, veja como é. Se gostar, doe 10, 20 reais por mês. Arrume mais umas 2 ou 3 instituições que goste. E faça isso. Doe aí de 60 a 100 reais por mês nessas 3 ou 4 instituições. A cada 2 ou 3 anos visite-as de novo para ver se o trabalho continua de pé. E pronto. Acho essa a melhor ideia.

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  10. Fala Madruga!

    Obrigado por me citar, tô quase do tamanho desse Corey aí, rsrs!

    Como assim vc não faz caridade? Doação de sangue é um negócio que a maioria das pessoas poderiam fazer e poucos se dão ao trabalho. Nêgo adora faltar no serviço, pq não pegar um atestado por ter ido doar sangue? Não conhecia esse lance dos grãos de arroz, me pareceu bem interessante.

    Essas suas histórias são esdrúxulas porém não incomuns e tb não acontecem só no BR. Certa vez nos EUA fui abordado por um americano alegando que estava sem gasolina e me pediu dinheiro, soltei um "No english" e ele se foi... Tempos depois amigos relataram o mesmo caso.

    Grande abraço!

    Corey

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    1. Fala, Corey! Realmente pilantragem não é algo exclusivo do Brasileiro. Nas minhas primeiras viagens internacionais eu me ferrei bastante, com direito a sequestro relâmpago (entrei num táxi clandestino, o cara pegou todo meu dinheiro e me largou num canto qualquer da cidade), receber troco com dinheiro falso etc...

      Abraço!

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    2. Kct Madruga, que tenso... Eu tenho uma opinião sobre taxis: é sempre minha última opção! Via de regra taxista é pilantra e fim de papo, salve o Uber que veio pra melhorar muito isso.

      Abraço!

      Corey

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    3. Também não gosto de taxista, mas como não tenho carro, às vezes é necessário recorrer a um.

      Ainda não experimentei o Uber, vou testar, espero não ser apedrejado por algum taxista chateado rs.

      Abraço!

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  11. Sou a favor da caridade mas da doação de tempo, visita à asilos, trabalho voluntário, arrecadação de alimentos e etc.
    Esse golpe do cara pedir dinheiro pra gasolina e falar "fica com meu RG", eu já caí uma vez.
    Moro no interior de SP e aqui tem muito cigano pedindo dinheiro nas ruas... mulheres com vestidos coloridos na porta das lotéricas te pedindo pra pagar uma conta, nos supermercados mulheres mais velhas pegam produtos e dizem: "paga essa carninha pra vó". E no final do dia várias caminhonetes (Rangers e S10) NOVAS vindo buscar a ciganada pedinte no centro da cidade. É vergonhoso!

    Abraço!

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    1. Pé de Cana, quando eu era criança morei numa cidade de +- 200 mil habitantes que tinha ciganos também. Você passava perto das ciganas que ficavam na praça e elas se aproximavam de você pegando no seu braço falando que queriam ler sua mão. As más línguas diziam que essas mulheres roubavam relógio (não sei como), pulseira e anel... eu mesmo nunca fui roubado pois não usava nada disso. Cigano é um povo muito escroto!

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  12. Também já fui abordado por um homem que dizia ter Aids e Hepatite.
    Acho importante chamar atenção pra uma coisa: Muitas vezes essas pessoas vem pedir dinheiro e é nítido que tomaram uma cachaças ou qualquer outra bebida alcoólica. Muitas vezes eles não tem as doenças que dizem ter, mas muitos deles na verdade são alcoólatras e tem também os viciados em outras drogas.
    Claro que esse é um tema complexo, mas acho que a questão do alcoolismo é subestimada em nossa sociedade, muitas dessas pessoas chegaram ao ponto em que se encontram com uma boa ajuda de seus vícios e o do álcool é o mais comum e o mais aceito pela sociedade e até por isso provavelmente um dos mais difíceis de superar, digo provavelmente porque não bebo, então não tem nem como dimensionar isso.
    Creio que deveria haver uma maior atenção com relação ao alcoolismo, isso afeta milhões de pessoas no mundo, homens e mulheres de variadas faixas etárias, formações acadêmicas, classes sociais etc, e é muitas vezes a porta de entrada para uma série de problemas.

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    1. Olá Anon.

      Também tenho essa sensação de que a questão do alcoolismo é muito mal explorada por aqui.

      Certamente empresas de bebidas não querem que o produto delas seja associado a uma doença.

      Vamos fazer um comparativo entre cigarro e bebida:

      Hoje em dia cigarro não pode fazer propaganda em canto nenhum, e a caixa do cigarro tem mais mensagens estilo "VOCÊ VAI MORRER" do que referência ao cigarro propriamente dito.

      Enquanto isso, as bebidas podem fazer propaganda em praticamente todos os meios de comunicação, em qualquer horário, e a única exigência é colocar no final uma mensagem rápida pedindo que as pessoas bebam com moderação.

      Então tá, né...

      Pertinente o que você escreveu.

      Abraço!

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    2. Madruga, essa sua resposta está carregada de vontade de acabar com a liberdade individual. No momento em que o Estado se torna o tutor e fala o que eu devo ou não fazer, eu perco a liberdade.

      Ninguém morre por tomar cerveja moderadamente. Tem estudos e estudos que mostram que cerveja ou vinho em moderação são saudáveis. O álcool também é um importante lubrificante social. A responsabilidade individual de cada um deve ser o limite. Se você não bebe, é fácil criticar as pessoas, mas você nunca vai entender.
      É igual açúcar ou mcdonald's...

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    3. Amigo, sou o anon do post que originou a resposta do Madruga. Seu comentário foi direcionado a ele mais vou opinar.
      Não foi minha intenção e creio que nem a dele querer acabar como a liberdade individual e tenho consciência de que nem todo mundo que bebe se torna alcoólatra.
      Veja que o cigarro apesar das restrições em propagandas continua aí disponível e qualquer um tem a liberdade de comprá-lo.
      Onde você leu critica a quem bebe?
      O fato para qual eu chamei a atenção é o alcoolismo, não me referi a quem bebe com responsabilidade. E sim o alcoolismo é um problema sério, que acaba colaborando para destruir a vida de muita gente.


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    4. Anon 00:08, faço minhas as palavras do Anon das 08:25. Não sou contra o álcool, inclusive já me beneficiei muito do fator lubricante social que você mencionou, só quis apontar a mão leve do governo quanto ao alcoolismo (não necessariamente contra o álcool), enquanto pega pesadíssimo com o cigarro.

      Antes do cigarro virar objeto de repulsa coletiva/generalizada, ele era um lubrificante social também (pra se aproximar de alguém e puxar papo bastava começar a conversa com um "tem isqueiro aí?").

      Anon das 08:25, obrigado pela colaboração.

      Abraço aos dois!

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  13. É com muita tristeza que vejo alguns comentários, como algumas pessoas são tão egoísta ao ponto de so colocar o dinheiro em primeiro lugar da sua vida. Sei o quanto é importante o dinheiro e se preparar para o futuro (por isso que sigo a blogesfera) mas não colocar somente o dinheiro como razão de vida, pois so dinehiro não traz felicidade, sinal disso são muitos ricos estarem em depressão profunda. Desta vida não levamos nada o que fica são somente as lembranças então que sejam coisas boas.
    Acredito muito que fazer o bem ao próximo de traga uma energia muito positiva em compensação pensar so no dinheiro ou no próprio umbigo faz com que ser torna uma pessoa egoísta, amarga e com tempo até sozinha, pois o que as pessoas buscam no seu intimo é ser reconhecida, amada e valorizada.(é so pergunta para um filho o que ele espera de um pai, a responta da criança vai ser bem clara).
    Não estou aqui criticando ninguem so estou colocando meu ponto de vista em relação o que eu acho mais prudente.
    ajudar ao próximo é ajudar a si mesmo a sair desse egoísmo profundo que so faz mal a vocês mesmo

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    1. Concordo contigo. Não vivo de ajudar o próximo nem quero transformar isso na prioridade número um da minha vida, mas um pouco de empatia não faz mal a ninguém.

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  14. Rapaz, seus posts estão cada dia melhores. Gostei do tema e da abordagem. Sem contar os modelos das fotos. Black Power total!!!É isso aí.

    Eu tive aulas com professores vermelhos de História e Geografia que de um lado ensinaram-me a odiar a Globo e a Veja, coisas que me ajudam muito até hoje. De outro lado fizeram a cabeça da minha geração a pensar de forma a sempre ajudar o próximo, blabla. Um socialismo light...

    Como resultado fiquei na merda tentando ajudar imbecis completos do meu trabalho, os bêbados riam quando eu falava algo para o bem deles.


    Depois de muito apanhar da vida, cheguei a conclusão de que quanto mais fiis eu compro mais eu ajudo a construção civil a contratar pedreiros, isso ajuda meu bolso e auxilia os pedreiros a sustentar seus filhos e as mulheres caridosas, que por sua vez, ajudam os amantes.... Lembremos da Fabíola.


    Abs

    Ex Socialista.

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    1. Fala, Ex-socialista!

      Obrigado pelo elogio.

      Eu tô chegando à conclusão de que quanto mais FII eu compro mais dinheiro eu perco rs. Brincadeira, um dia seremos recompensados.

      Abraço!

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  15. Madruga, tuas histórias são bizarras! Lembro de ter ocorrido coisas parecidas comigo ou conhecidos, tipo de gente oferecer emprego pro cara na rua e o cara sair xingando e atacando a pessoa.

    Sinceramente, seus exemplos de doação de sangue e medula me inspiraram, pois até este momento eu tinha como filosofia só "ajudar" quem quisesse ser ajudado. Oriento, indico, aconselho, e até faço, um monte de coisas para que a pessoa se erga sozinha, limitado a amigos e alguns poucos conhecidos.

    Um abraço!

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    1. Fala Casado!

      Doar sangue ajuda muito... e dependendo do estado em que você morar, você recebe uma carteirinha de doador que te dá direito a meia-entrada.

      Abraço!

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  16. Sensacional madrugão. Você devia participar dos grupos do face com mais histórias como essas. Infelizmente são tantos blogs, comentários, posts que não temos como acompanhar tudo. Mas tentarei ler mais seus posts, parabéns!

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    1. Obrigado, Anon. A quais grupos do Facebook você está se referindo?

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  17. Lembrei de outra. Tava na padaria tomando café da manhã e um mendigo me abordou pedindo dinheiro. Eu disse: "colega, não tenho dinheiro, mas posso te pagar um café, pão, pode ser?" O cara virou as costas e saiu me xingando....
    Na hora eu fiquei nervoso. Me senti ofendido uai. Como assim o cara me xinga se eu ofereci um belo cafe da manhã pra ele encher a barriga? Oq eu fiz de errado? Mas deixei pra lá...
    Abraco

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    1. Esse mendigo deve estar melhor que a gente, nem eu recusaria um cafezinho grátis.

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  18. Fala Cara!
    Blz?

    A uns dias atrás eu acabei achando sem querer essa blogsfera referente a finanças, e coincidiu com um momento que eu buscava informação referente a investimentos, finanças inteligentes, e etc. Enfim, criei meu blog! Fiz meu primeiro post com um overview da minha situação financeira, metas para 2016, dúvidas e planos.

    Gostaria que desse um pulinho lá, e se pudesse, me adicionasse ao seu blogroll. Você já está devidamente adicionado e linkado!

    Abração e sucesso rumo a IF!

    Feliz 2016

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  19. Quando alguém pede esmola para o meu pai ele sempre responde:

    "Minha religião não permite a caridade!"

    Eu dou risada kkkk

    Quem já foi vítima desses malandros nunca mais ajuda ninguém com dinheiro.

    Abraço Madruga!

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    1. Gostei. Vou adotar essa resposta na próxima oportunidade. Abraço capitalista!

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  20. Madruga, resolva imediatamente essa sua situação de ausência de previdência, vc tem pelo menos um plano de saúde?
    Essa preocupação é séria, não parar em sinal no futuro e ver vc lá.

    Ass. Conde de Monte Cristo

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    1. Fala Conde! Como você está?

      Plano de saúde eu tenho sim, e um muito bom diga-se de passagem, nunca me deixou na mão!

      Já dei olhada em duas previdências privadas que me foram oferecidas e vi que o que eles fazem é basicamente investir em renda fixa enquanto me cobram taxa de administração para isso.

      Como já invisto em renda fixa sozinho, acabei não fazendo nenhum plano de previdência privada...

      Talvez passar os próximos 20 anos aplicando em NTN-B Principal 2035 seja melhor pra mim do que fazer uma previdência privada.

      Mas ainda estou estudando melhor as opções.

      Abraço, meu amigo!

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  21. Madruga, lembra do post dos auxílios inventados que juiz e promotor recebem além do salário?

    A Dilma cortou o auxílio-moradia a partir de janeiro. É menos 4300 no contracheque de quem já ganha 27 mil por mês. Tá aí uma bola dentro da Dilma.

    Bom saber que ela cortou não porque resolveu peitar a ilegalidade. Ela fez porque o governo tá fudido de grana.

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    1. Fala Anon, lembro do post sim!

      O que tô sabendo é que a Dilma cortou uma grana preta do repasse pro Judiciário por conta da crise...

      Nada que vá atrapalhar os magistrados sangue-sugas de fazerem a farra deles.

      Abraço!

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  22. O jeito agora é revender leite ninho em lata hahaha.
    Agora sério, tive um caso semelhante à esse do soropositivo. É incrível, quando pedimos pra ver o exame, eles sempre se transformam e dizem que estão com pressa!! kkkkk

    Você é carioca madruga? Pq aqui no centro do rj já tem ponto certo pra encontrar esse tipo de gente!

    Mais uma vez, belo post!

    Abraço!

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    1. Fala Albino! Eu morei aí no RJ muitos anos! Mas atualmente tô em outro lugar. Pilantragem tem em qualquer canto do país, tem jeito não.

      Pelo visto a abordagem do HIV é bem comum, outras pessoas comentaram aqui no post que também já foram abordados com esse papo.

      Abraço!

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  23. Só tem esperto nesse mundo.

    Certa vez, estava numa rodoviária esperando o busão (vulgo ônibus) para ir para minha casa, uma vez que morava longa pacas, e um cidadão, bem maltrapilho, me abordou e contou uma história toda triste dizendo que precisava de uns trocados para pegar a condução, porque estava desempregado e precisava voltar para casa e estava procurando trampo e toda aquela ladainha.

    Eu me compadeci do pobre diabo.

    Dei a porra de uma nota de 5 dilmas para ele. Fiquei com o coração aliviado.

    Quase no momento que estava pegando o ônibus para a minha casa, vejo o FDP no botequim da rodoviária tomando a "mardita".

    Desgraçado.

    Depois daquele dia, nunca mais ajuda ninguém.

    Só tem esperto nessa porra.

    Forte abraço.

    Fernão Capelo Gaivota.

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    1. Esse papo do "preciso de dinheiro pra passagem" é clássico! Já ouvi tantas vezes. Só respondo com um "não tenho não" e viro a cara.

      Realmente não dá pra ajudar essa galera de rua... a chance de ser pilantragem é enorme.

      Abraço!

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  24. Ajudar ou não, eis a questão.
    É difícil ser um contribuidor sendo pobre, meu dinheiro é limitado, prefiro investi-lo. Um problema comum é que os brasileiros em geral são malandros, adoram se dar bem em cima dos outros. Ainda tem programas suspeitos como Criança Esperança que tentam sugar dinheiro dos pobres, o governo que mete a mão no bolso furado do pobre sem dó.
    Primeiro eu tenho que me ajudar para depois pensar nos outros.

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  25. Olá Seu Madruga Após vários anos na blogosfera de finanças resolvi abrir meu próprio blog também. Vou passar sempre por aqui e contribuir na discussão. Te coloquei nos meus links no meu blog. Abraço.

    frugalsimple.wordpress.com

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  26. Sou vacinado contra isso e sou da pessoa que convoca um RH mental para avaliar a pessoa e oferecer sempre toda vez um produto comprado do que dar dinheiro que pode transformar em pão ou em drogas.

    Minhas dicas são:

    1- comprar o produto para a pessoa, prefiro gastar 10 dilmas do que dar 1 real para ela juntar e comprar uma pedra

    2- Marcar a cara do mendigo/pedinte e ver a rotina dele, se ele pede pra passar na catraca para pedir, se é agressivo exigindo as pessoas a dar para ele.

    3- Usar mais cartão do que dinheiro vivo, caso rolar um assalto vc pode bloquear o cartão e ter prejuizo menor de 15 reais do que uma onça na carteira

    4- Não demonstrar ter posses de bens materiais, evitar no maximo mostrar atoa para chamar a cobiça, ou vc acha que a pobreza de certas pessoas e o reflexo da cobiça

    Otimo blog madruga

    LBDF

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    1. Ótimas dicas LBDF. Já venho colocando algumas delas em pratica. Abraço!

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  27. Eu nunca historia de ninguem na rua, nunca. Quando a pessoa vem falar comigo eu viro a cara e saio de perto simples. Sou doador de médicos sem fronteiras, todo mês descontam 50 reais no meu cartao de crédito, e sou muito satisfeito com a organizacao pois sei que eh um trabalho sério.

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  28. Eu ajudo hoje 3 organizações. As 3 já visitei para ver o trabalho. Em uma até conheço o chefe-mor e sei que é uma pessoa idônea. Dinheiro na rua não dou mais pois já tive todos os problemas que relataram: a pessoa reclamar etc. E no mais não nego comida para ninguém na rua. Acabo comprando. Dar comida é dever cristão. A pessoa pode vender a comida depois? Pode... mas dá muito trabalho para a pessoa. Outro dia por exemplo comprei uma marmita para uma senhorinha e ela comeu na rua mesmo (nem quis entrar no restaurante).

    Acho que toda pessoa tem que ajudar o próximo, seja com bens materiais seja com bens espirituais.

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  29. De caridade tenho feito pouco trabalho, quase nada pra dizer a verdade.
    Busco doar sangue, que é uma atividade muitíssimo importante.
    Além disso, sempre doo minhas roupas, estimulando meus familiares a fazerem o mesmo.
    Minha roupas são doadas para um grupo de pessoas que as organiza para revenderem num bazar. Nele, são vendidas apenas peças em boas condições, por valores bastante módicos (R$2 a 5 uma camiseta, R$10 uma calça jeans, etc). Todo o dinheiro obtido é convertido, sendo uma parte destinada para um lar de idosos, que realmente está precisando (tive familiar em lar de idosos, é tudo caro, eles tem muitas necessidades reais) e outra para uma casa espírita, que atende várias pessoas e precisam de $$, pois muita gente que precisa de atendimento não tem condições de pagar.

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