quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Ranking dos Blogs de Finanças e expansão do blogroll

Nosso amigo Uó/Abacate Líquido elaborou um Ranking dos Blogs de Finanças em que Seu Madruga Investimentos ficou em 16º lugar entre mais de uma centena de blogs.

Top 20 no Ranking do Uó
Estou satisfeito com minha posição no ranking em questão, 16º lugar está bom demais pra quem posta uma vez na vida e outra na morte como eu.

O que mais me chamou a atenção não foi minha posição no ranking, e sim a quantidade de blogs de finanças listados pelo Uó: 183!

Quem são esses blogueiros? Como surgiram? Como se reproduzem? Do que se alimentam? Conheço e acompanho dezenas de blogs, mas nada que chegue minimamente próximo desses 183.


Como o próprio ranking do Uó demonstra, meu blog está com uma boa quantidade de visualizações, e acredito que posso contribuir para a visibilidade de outros colegas ao incluí-los em meu blogroll.

Para contribuir com a comunidade e conhecer gente nova, resolvi abrir as porteiras do blogroll. Se você ainda não foi incluído, deixe seu link nos comentários que nos próximos dias eu visitarei seu blog e muito provavelmente o adicionarei.

Venha ser meu amiguinho
No entanto, para não transformar o blogroll na casa da mãe joana, seguirei os seguintes critérios:

1) Só incluirei blogs que estão no ranking do Uó. Se você não está no ranking do Uó, primeiro dá um jeito de entrar num futuro ranking dele, depois me procura.

2) Por uma questão de reciprocidade, só incluirei blogs que me tem no blogroll. Em outras palavras, adicione o meu antes de deixar uma mensagem aqui.

3) Manterei constante atualização do blogroll, especialmente para remover blogueiros de pequeno porte que não fizerem muita questão de interagir comigo (leia-se: comentar no meu blog).

4) Blogueiros das antigas serão imediatamente adicionados independentemente de qualquer coisa. A real é que criei esse post pensando em vocês.

Aquele abraço!

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Crônicas da Matrix Financeira: Luísa, a musa do protelariado

Era o longínquo ano de 2005 quando Luísa chegou aos 18 anos de idade sem a menor dúvida do que queria para a vida: cursar ciências sociais.

Depois de enfrentar uma dificílima concorrência de três candidatos/vaga, Luísa obteve sua aprovação no vestibular e garantiu sua vaga na universidade federal. 

Seguindo a tradição de 12 anos atrás, Luísa comunicou sua aprovação a todos os seus amigos e amigas no Orkut, e depois entrou na comunidade mais marrenta das redes sociais brasileiras daquela época: 


No primeiro semestre letivo, a certeza de que Luísa estava no lugar certo só aumentou. 

Professores ministravam aulas sobre a contribuição de Carl Grünberg para o marxismo; o Centro Acadêmico promovia acalorados debates sobre a socialização dos meios de produção; as festinhas no campus eram cheias de gente descolada e de todas as tribos.

Finalmente Luísa encontrou seu habitat natural, sentindo-se parte de um seleto grupo de pessoas que não aceitam ser escravas do sistema capitalista e que sabem que a salvação do Brasil consiste em conscientizar as massas acerca da luta de classes.

Luísa mergulhou de cabeça na militância. Filiou-se ao PSTU; fez parte do Centro Acadêmico; visitou o assentamento do MST que tinha no interior do estado; arranjou um namorado com cabelo dreadlock e que fazia discursos inflamados; foi no Fórum Social Mundial em Porto Alegre e participou de toda e qualquer reunião, debate e protesto, embelezando o ambiente por onde passava.

No sofá tão vermelho quanto o sangue revolucionário dos bolcheviques
O problema é que o tempo passa, o tempo voa, e a poupança Bamerindus e gastar sua juventude sonhando com a revolução do proletariado não é lá uma boa forma de garantir estabilidade financeira no futuro.

A graduação acabou, os dias de universidade federal ficaram para trás, a vida adulta chegou e a necessidade de pagar as próprias contas veio como um tapa na cara:


Quando você é um recém-formado em ciências sociais, tem basicamente três caminhos a seguir: 

1) Arranjar um trabalho não relacionado às ciências sociais.
2) Fazer um mestrado e ganhar bolsa tipo Capes ou Faperj. 
3) Dar aula de sociologia em instituições de ensino públicas e particulares.

Luísa optou pela terceira opção, e conseguiu um contrato temporário (sem concurso) para dar aula em escolas públicas estaduais, passando assim a ensinar sociologia para a molecada que estava mais interessada em aprender a coreografia da Gaiola das Popozudas do que em prestar atenção na matéria.

Tchu tchá tchu tchá
Se você acha o seu trabalho ruim, imagine-se tendo que dar aula para crianças desinteressadas em uma escola sucateada na beira de uma favela, e depois ter que ir voando pra chegar a tempo em outra escola do outro lado da cidade, tendo esse deslocamento todo só porque a administração pública não consegue fazer algo tão simples quanto organizar os professores de forma que eles consigam trabalhar em escolas próximas uma das outras.

Assim foi a rotina de Luísa por quatro anos, não podendo mais continuar como contratada temporária do Estado pois o prazo de contrato havia chegado ao limite.

Desanimada com a carreira, Luísa optou por arranjar um trabalho não relacionado às ciências sociais. Com a ajuda do pai, conseguiu arranjar um emprego reconhecendo firmas em um cartório de títulos e documentos.

4 anos de estudo pra isso. O que será que houve com o "Ih, foi mal, a minha é federal?"
Ninguém pensa "quando crescer quero ser auxiliar de cartório e ganhar R$ 1.200,00/mês", então Luísa não estava necessariamente feliz com o rumo de sua vida profissional. Até mesmo seu ex-namorado cabelo dreadlock dos tempos de universidade estava ganhando mais que ela, e olha que o cara trabalha de garçom em um restaurante mexicano.

Se você acha que essa história caminha para um final triste, provavelmente se esqueceu que no Brasil moças bonitas como Luísa só se dão mal financeiramente se quiserem.

Aproximando-se dos 30 anos de idade, Luísa parou de dar moral pra mendigo formado em curso de hipster e passou a se preocupar mais com a estabilidade financeira dos seus pretendentes.

Ela não tardou a iniciar um relacionamento com um cara que nos tempos de universidade era conhecido pelo apelido Peitinhos, em razão de uma ginecomastia tão protuberante que nem camisas pretas escondiam suas tetinhas masculinas.

Peitinhos fez um curso de exatas e hoje é servidor público federal, ganhando em média R$ 14 mil/mês, segundo o Portal da Transparência.

O que me motivou a escrever o post de hoje foi justamente o fato de que neste feriadão andei olhando as redes sociais e vi fotos do luxuoso casamento dos dois: Peitinhos com aquela cara de "venci na vida, casei com uma mulher bonita", e Luísa com cara de princesa da Disney, certamente sentindo um enorme alívio por ter conquistado a estabilidade financeira que seus anos de esquerdismo não puderam lhe proporcionar.

Parabéns aos pombinhos (foto aleatória tirada do Google Imagens)
O ex-namorado de Luísa, por sua vez, continua trabalhando como garçom no restaurante mexicano, provavelmente ganhando uns 1.500 funaros por mês, vivendo em uma república com mais três caras e sem a carta-coringa do casamento-com-beta-rico para melhorar a condição de vida.

Pelo amor de Zapata, me dá uma gorjeta boa aí, brother.
A lição do post de hoje é: se você quiser brincar de viva la revolución enquanto deveria estar estudando, ao menos tenha certeza que você terá uma válvula de escape quando chegar na vida adulta, tal qual beleza o suficiente para arranjar um cônjuge que te sustente, ou pelo menos um pai disposto a te bancar enquanto você envelhece.

Aquele abraço!

PS: seguindo as dicas de segurança dadas por um simpático Anôn, não mencionei no post qual é o meu vínculo com Luísa. O que posso dizer é que a conheço há bastante tempo.
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