domingo, 22 de março de 2020

Como morrem os blogs


Para o desgosto do comentarista acima, estou de volta. Olá a todos.

Quando comecei com o Seu Madruga Investimentos, em 2015, eu era um jovem ainda na casa dos vinte anos, que inocentemente acreditava que o blog seria o registro de como em poucos anos eu atingiria a independência financeira.

Com o tempo eu fui vendo que, pelas escolhas profissionais que fiz, essa independência financeira não viria tão rápido assim. Percebendo isso, parei de me dar ao trabalho de registrar meu patrimônio aqui no blog e pedi licença pra deixar o ranking da blogosfera criado pelo saudoso Pobretão de Vida Ruim e mantido por outras pessoas depois que ele se foi. 

O tempo foi passando e meu interesse em ler compulsivamente blogs e livros de finanças pessoais foi diminuindo. Eu continuava (e continuo) sendo uma pessoa frugal e comprometida em acumular patrimônio, mas parei de sentir a necessidade de ler e falar sobre isso o tempo todo.

Daí vem o título do post de hoje: Como morrem os blogs

Se você se pergunta por qual razão tanta gente deixa a blogosfera de finanças, releia o que escrevi até aqui. Geralmente é imbuído dos sentimentos mencionados acima que a maioria dos blogueiros vai diminuindo o ritmo, até que fazem um post se despedindo ou, como é mais comum, desaparecem sem cerimônias.

Quando me deparei com essa "crise de identidade bloguística", resolvi dar uma sobrevida ao Seu Madruga Investimentos.

Parei de escrever sobre alocação de meus recursos e comecei a focar mais em narrar a burrice de pessoas de minha convivência na forma como elas lidavam com dinheiro, bem como outras situações cotidianas. 

Foi com essa mudança de postura que o blog alcançou um relativo sucesso dentro da blogosfera, com um grande quantidade de visualizações diárias e centenas de comentários por posts. 

Com esse "sucesso", algumas pessoas começaram a agir como consumidores insatisfeitos, reclamando da falta de regularidade dos meus posts e agindo como se eu tivesse alguma obrigação de mantê-los entretidos mediante postagens frequentes. 

Essa cobrança foi me desanimando e resolvi ficar um tempo sem acessar o blog. Aperte o botão de fast forward do seu walk-man e pronto, esse "um tempo sem acessar o blog" se transformou em dois anos. 

Depois de dois anos de sumiço eu vejo agora que, naturalmente, o tráfego do blog teve uma queda substancial. Foi exatamente isso que me motivou a retomar a blog:  a possibilidade de lidar com um ambiente diminuído, sem um exército de pessoas exigindo conteúdo como se estivessem me pagando para isso, quando na verdade não estão. 

E este post de reestreia não poderia ser mais desanimado. É que, pra vocês verem o meu grau de alienação sobre os acontecimentos na blogosfera de finanças, só agora tomei conhecimento que o Viver de Construção morreu no meio de 2018, e escrevi o post de hoje sem conseguir digerir direito essa informação. 

VDC era um cara bom, parecia que não tinha nenhuma maldade dentro dele. Ele se dedicava ao blog com uma frequência que não me parecia muito saudável (muitas vezes posts diários), e se deixava afetar por trolls e comentários negativos. Já tive vontade de chamá-lo nos bastidores e sugerir que ele tocasse o blog dele de uma forma menos "serious business", mas acabei não tomando a iniciativa para evitar rusgas. Tudo isso é passado, a única certeza que fica é que perdemos um bom homem. 

O que mais eu perdi nesses dois anos? Quem está mantendo o ranking mensal dos blogueiros? Guardião do Mobral já é bilionário? O filho do Uó já está na universidade? Investidor Troll casou com alguma garota de programa? Soul Surfer se arrependeu de pedir exoneração do cargo? Corey celebrou bodas de ouro com a Bia? Mestre dos Centavos conseguiu juntar mais de mil reais? 

Lerei o blog dos amigos para me atualizar, mas se alguém puder resumir eu agradeço.

Aquele abraço e até a próxima!
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