sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Crônicas da matrix financeira: Vanessa, a assessora

Convivo com bastante gente que tem entre 25 e 30 anos, e essa é uma faixa etária bem propícia para observar como a corrida dos ratos/matrix financeira se desenvolve e domina a vida das pessoas.

O caso que contarei hoje envolve pessoa de meu convívio que se jogou sem o menor pudor na matrix financeira, desfrutando de todos os prazeres de curto prazo que a gastança descomedida tem a oferecer. 

Sem mais delongas, vamos ao primeiro post da série "Crônicas da matrix financeira":

Vanessa, a assessora

Vanessa se formou em direito e se deparou com um mercado de trabalho saturadíssimo, com milhares de advogados dispostos a aceitar qualquer esmola para conseguir um cliente.

Concurso público também não era uma opção imediata para Vanessa, afinal, há milhares de bacharéis em direito se digladiando por vagas em todo e qualquer concurso que aparece pela frente.

Quantidade de pessoas que se formam em direito no Brasil todos os dias
Depois de dois anos trabalhando em um escritório de advocacia que lhe pagava míseros R$ 1.600/mês, Vanessa tirou uma bela carta da manga: foi até o Tribunal, se encontrou com o Desembargador para o qual ela estagiou durante os tempos de faculdade e implorou por um cargo comissionado.

E não é que deu certo? Alguns dias após o fatídico encontro com o Desembargador, Vanessa já ostentava em seu perfil do Facebook a sua função de "Assessora Jurídica de Nível Superior", um cargo comissionado no Tribunal que, segundo fiquei sabendo, paga algo entre R$ 7 e R$ 8 mil.

Deslumbrada com seu novo poder aquisitivo, Vanessa decidiu que precisava de vestes mais condignas com sua nova função, razão pela qual se encheu de camisas da Les Chemises, Dudalina, Lacoste, maquiagem cara e sabe-se lá mais o quê. 

Decidiu também que uma Assessora Jurídica de Nível Superior não deveria ficar andando por aí de ônibus, e por isso fez um financiamento e adquiriu um Onix 0km completo, com todos os tipos de acessórios e firulas imagináveis e inimagináveis.

Agora sim. 
Com uma remuneração digna de respeito, Vanessa decidiu dar mais um passo rumo à independência pessoal e, aos 26 anos, saiu da casa dos pais e alugou um apartamento de dois quartos num bairro boêmio aqui da cidade, fazendo uma obra aqui e outra ali para deixar o apê "com a sua cara".

Além de ostentar o cargo de "Assessora Jurídica de Nível Superior", seu perfil do Facebook passou a ser preenchido com selfies tiradas dentro de seu novo carro, selfies na frente do espelho mostrando o "look do dia", selfies em Búzios no feriadão, em Arraial no fim de semana ma-ra-vi-lho-so com as amigas, foto de pratos elegantes com cortes de carnes argentinas, e por aí vai.

Ela se esforçava para mostrar ao mundo que se deu bem na vida, e o mundo respondia com curtidas, seguidas e comentários genéricos.

"Look do dia" (foto aleatória tirada do Google Imagens)
No meio de 2016, Vanessa, a prima dela (que por acaso é minha namorada) e eu estávamos em um bar, quando a jovem Assessora soltou a trágica notícia: seu chefe, o Desembargador, tirou licença para tratar de um câncer

Felizmente o câncer foi descoberto em estágio inicial, e mais felizmente ainda o magistrado estava combatendo a doença em um renomado hospital paulista, então não havia motivo para entrar em pânico, disse Vanessa.

Eu respondi que realmente não era motivo para pânico, mas que ela poderia começar a guardar dinheiro, pois nunca se sabe o dia de amanhã, ainda mais em se tratando de câncer, e uma eventual morte do Desembargador significaria que ela seria exonerada de seu amado cargo de Assessora.

Vanessa ficou claramente ofendida quando mencionei a possibilidade de perder o emprego, e começou a listar seus atributos profissionais que lhe tornam insubstituível na estrutura do Tribunal.

Na visão distorcida de uma menina que realmente acha que seu trabalho é o mais importante do universo, o Poder Judiciário implodiria e mergulharia em caos caso ela fosse exonerada.

Como reajo toda vez que alguém se diz insubstituível
Alguns meses depois disso o Desembargador faleceu, sendo substituído por um outro magistrado recém-promovido. O novo Desembargador mandou exonerar a grande maioria dos assessores que integravam o gabinete do falecido, e dentre os demitidos se encontrava Vanessa.

Vanessa foi para o olho da rua sem fazer jus a direitos trabalhistas como seguro-desemprego ou FGTS + multa, pois seu cargo é de livre nomeação e exoneração, sem qualquer vínculo de emprego.

Como tentativa de garantir um ganha pão, Vanessa distribuiu seu currículo para todos os Desembargadores do Tribunal, para o Ministério Público e para a Assembleia Legislativa, uma estratégia que posteriormente se revelou inútil, pois ninguém mais lhe procurou.

Como a fonte de renda secou e não havia perspectiva de melhora, Vanessa teve que desocupar o apartamento que alugava, pagando multa pela desocupação antecipada e voltando a morar com os pais.

Além disso, não tinha mais bufunfa para honrar com o financiamento do carro, e por isso seu pai assumiu tal despesa.

O bom e velho "pai"trocínio
Para não ficar feio perante a sociedade, Vanessa diz que, após a morte do Desembargador, recebeu outras ofertas de trabalho, mas resolveu recusá-las para se dedicar aos concursos públicos. É mentira.

Hoje nossa ex-assessora se diz concurseira, depende 100% dos pais, vive reclamando para a minha namorada que não tem dinheiro para nada e diz que pretende fazer mestrado na Europa, muito embora todo mundo na família saiba que ela não tem a menor condição financeira de estudar no exterior.

Alguns dias atrás minha namorada trouxe Vanessa para visitar meu recém-adquirido apartamento, e a ex-assessora soltou um "nossa, que apê pequeno, não sei se conseguiria morar aqui não".

Essa crítica entrou por um ouvido e saiu pelo outro, pois pequena é a mente da pessoa que passa 13 meses ganhando R$ 7 mil por mês e não consegue construir absolutamente nada de positivo, muito pelo contrário, tem que recorrer ao pai para pagar o saldo devedor remanescente do financiamento do passivo ambulante.

Que essa história sirva de motivação para que entremos em 2017 ainda mais focados na nossa busca pela independência financeira.

Acredito que este será o último post do ano, então desejo a todos feliz natal e próspero ano novo!

Aquele abraço!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Cumpri minhas metas para 2016?

Olá homens, mulheres e crianças, tudo nos conformes?

Há alguns dias atrás o blog alcançou a marca de 200 mil visualizações, algo que eu estimava que fosse acontecer somente em fevereiro do ano que vem.

São cerca de 20.000 views/mês, uma marca que nunca imaginei que alcançaria quando iniciei o blog, então agradeço a todos pela audiência, e por continuarem frequentando este recinto mesmo quando eu passo dias sem postar nada de novo.

Dito isso, vamos ao assunto do dia:

No fim de 2015 me impus uma série de metas para o ano de 2016 - algumas financeiras, outras de desenvolvimento pessoal -, e no post de hoje vocês saberão se cumpri o prometido ou não.

Todo mundo empolgado para saber se Seu Madruga cumpriu suas metas

Meta 1 - Alcançar R$ 100.000,00

Resumo da meta: título autoexplicativo.

Resultado: meta alcançada (com ressalva). 👍

Comentários: A marca de 100 mil temers foi alcançada em setembro de 2016. No entanto, como vocês já sabem, posteriormente adquiri um imóvel e meu dinheiro acumulado voltou para um patamar inferior a R$ 10k. Por isso digo que a meta foi alcançada com ressalvas, já que apesar de ter chegado lá, não disponho mais da bufunfa.

Seu Madruga tem casa própria

Meta 2 - Registrar imóvel em nome da minha mãe

Resumo da meta: Minha santa mamãezinha tem um apartamento na cidade onde ela vive e nunca se prontificou a registrá-lo em seu nome junto ao Cartório de Registro-Geral de Imóveis. A meta consistia em, com meu próprio dinheiro, registrar o imóvel em nome dela, já que a situação financeira dela era precária e ela não tinha mais a menor condição de fazer isso por conta própria.

Resultado: meta alcançada. 👍

Comentários: Em meados de 2016 o marido gringo da minha mãe morreu e ela passou a receber uma pensão mensal que aliviou bastante a situação financeira dela. Graças a isso, pude registrar o imóvel em nome dela com o dinheiro advindo da morte do gringo, ou seja, não precisei desembolsar um centavo do meu próprio patrimônio. Aliás, estou devendo para vocês uma atualização do post "O gringo e uma possível herança milionária".


Meta 3 - Ir pra Europa

Resumo da meta: Processei uma empresa aérea e ganhei passagens aéreas de ida e volta para a Europa, para mim e para acompanhante. A meta consistia em usar as tais passagens fazendo uma viagem pelo velho mundo.

Resultado: meta não alcançada. 👎

Comentários: As passagens foram emitidas e a viagem inevitavelmente ocorrerá no meio de 2017. Posterguei o máximo possível a emissão dessas passagens e isso pareceu ter sido uma decisão acertada, pois o Euro caiu substancialmente desde então. Como marquei a viagem para 2017, e não 2016, dou a meta por não cumprida. 

O Euro em tempos de Brexit e invasão de refugiados

Meta 4 - Quitar o saldo devedor de R$ 15.000,00

Resumo da meta: O capital social da minha empresa é de R$ 100 mil. A mim cumpria integralizar 1/4 desse valor, ou seja, R$ 25 mil. Eu só integralizei R$ 10 mil e vinha empurrando com a barriga os R$ 15 mil que faltavam. A meta consistia em integralizar os R$ 15 mil faltantes e me livrar logo dessa obrigação. A situação foi explicada com mais detalhes neste post.

Resultado: meta alcançada. 👍

Comentários: ao longo de 2016 reduzi meus aportes e fui quitando pouco a pouco esse saldo-devedor de R$ 15k. Quitei por completo alguns meses atrás (em outubro, setembro, sei lá) e agora não devo mais nada para ninguém.

Seu Madruga não deve mais nada a ninguém e está livre para voar
Meta 5 - Exercícios físicos 

Resumo da meta: praticar exercícios físicos (bicicleta ou academia) pelo menos 16x por mês.

Resultado: meta não alcançada. 👎

Comentários: meus amigos, não cheguei nem perto de cumprir essa meta, rs. Não tenho desculpas para dar, eu simplesmente não cumpri a meta. Eu não sou uma pessoa 100% sedentária pois faço literalmente tudo a pé, e não me incomodo em percorrer grandes distâncias, mas ainda assim a meta não foi cumprida, pois não entrei na academia e a minha bicicleta foi utilizada bem esporadicamente.

Foto que define meu vigor para exercícios físicos em 2016
Meta 6 - Cortar venenos

Resumo da meta: não tomar refrigerantes e qualquer suco industrializado.

Resultado: meta alcançada. 👍

Comentários: Estou há 2 anos sem tomar refrigerante, e em 2016 resolvi abolir também os sucos industrializados, já que eles também igualmente nocivos à saúde. Consegui cumprir essa meta com facilidade, evitando até mesmo os sucos que se dizem 100% orgânicos, e pretendo levar essa meta pro resto da vida, como parte do meu projeto de viver para sempre ou morrer tentando.

Pseudo-saudável para enganar bobos

Meta 7 - Ler 12 livros

Resumo da meta: ler doze livros, rs.

Resultado: meta alcançada. 👍

Comentários: Perdi a conta de quantos livros li esse ano, mas tenho absoluta certeza que foram mais de 20. Eu sinceramente nem sei porque coloquei "ler 12 livros" como meta, pois é algo que eu sabia que iria conseguir cumprir com facilidade, então não havia nada de desafiador nisso.

Meta 8 - Mestrado

Resumo da meta: entrar no mestrado da mesma universidade em que fiz graduação.

Resultado: meta não alcançada. 👎

Comentários: Depois de bastante reflexão, optei por abortar essa meta. Um título de mestre embelezaria meu currículo, mas exigiria que eu passasse no mínimo um ano e meio esmiuçando algum assunto bem específico da minha área de educação, algo que não contribuiria muito em termos profissionais. Percebi que, em vez de usar meu tempo livre me dedicando a um mestrado, eu teria muito mais a ganhar se usasse esse tempo para fazer parte de alguma associação, a fim de conhecer mais pessoas e captar clientes para minha empresa. Em outras palavras, para mim será mais proveitoso botar a cara no mundo e conhecer pessoas por meio do associativismo do que me afundar em livros em busca de um grau acadêmico.

Bom, por hoje é só. Estou satisfeito por ter cumprido metas importantes, a única decepção que sinto é em relação aos exercícios físicos, que infelizmente terei que postergar para o ano que vem (é o famoso "na segunda-feira que vem eu começo...").

E vocês, confrades, cumpriram suas metas? Sei que muitos blogueiros estipularam metas para 2016 e gostaria de ver o resultado.

Para quem começou a blogar agora, fica a sugestão para que façam um post de metas, prestando contas no final do ano que vem.

Aquele abraço! 

sábado, 3 de dezembro de 2016

Desempenho novembro/2016 (+92,88%)

Quem acompanha este humilde blog sabe bem o quanto eu constantemente reclamava da lerdeza do computador que tenho em casa. 

O bicho era tão lerdo, mas tão lerdo, que eu não tinha mais motivação/paciência para ligá-lo durante o meu tempo livre e atualizar o blog.
Nível de lerdeza: você digita uma palavra e ela só aparece 4 segundos depois
Em meados de novembro, fui cumprir minha rotina semanal de tirar o lixo de dentro do meu apartamento e colocar no latão de lixo que tem no primeiro andar do prédio. 

Eis que, no latão de lixo do prédio, avistei um Sony Vaio branco com cara de novo. Abri a tampa do notebook e vi o adesivo "Intel Core i5™", e naquele momento percebi que o lixo alheio poderia ser a solução para os meus problemas.

Seu Madruga fuçando o lixo alheio.
Fazendo a autópsia no Sony Vaio, tirei de dentro dele o processador, o HD de 1TB, e duas placas de memória RAM de 3GB cada.

O processador e o HD não funcionaram nem pelo caralho, mas inseri os 6GB de RAM do Sony Vaio no meu notebook e funcionou perfeitamente. 

Graças a esse upgrade, meu notebook passou de 3gb para 6gb de RAM, e isso sozinho resolveu a lerdeza que tanto me atormentava. 

Seu Madruga depois do upgrade
Agora que meu notebook não é mais um problema, pretendo retomar o plano iniciado em outubro de fazer 4 postagens por mês.

Dito isso, vamos ao desempenho de novembro: 

Patrimônio total: R$ 16.642,01.
Aporte do mês: R$ 7.950,00. 
Variação em relação ao mês anterior: 0,38%.

Minha planilha do AdP ficou completamente avacalhada depois que eu comprei o imóvel e até agora não consegui entender o motivo. Assim sendo, recomeçarei a usá-la do zero somente a partir de janeiro/2017.

Como vocês podem ver, Nossa Senhora do Aporte abençoou meu mês de novembro. 

Mesmo tendo despesas com o empreiteiro tartaruga, compra de uns móveis para equipar o recém-comprado apartamento e com uma viagem que estou planejando para o fim do ano, ainda assim consegui aportar aproximadamente R$ 8k, algo que infelizmente não é muito comum em minha vida.

Isso se deu pois fechamos um belo contrato lá na empresa, que rendeu bons lucros em novembro e renderá em dezembro também.

Esse é o começo da recuperação do meu ativo financeiro após a compra do apartamento.  

Escrevi na pressa pois vi que o Viver de Construção já está querendo publicar o ranking dele.

Espero conseguir cumprir a promessa de fazer quatro posts em dezembro. Caso eu não consiga, ainda assim a blogosfera está bem representada pelo Corey e Doutor Honorários, que para a alegria geral da nação estão postando com bastante frequência, e pelo Viver de Construção, que ou largou o emprego pra virar blogueiro profissional, ou escravizou chineses no porão da casa dele e força a chinezada a postar diariamente.

Chineses vivendo em condição análoga à escravidão no porão do blogueiro Viver de Construção
Aquele abraço e bom dezembro a todos!
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