quarta-feira, 24 de agosto de 2016

A romantização da irresponsabilidade financeira

Na rua onde moro tem uma galeria comercial, e na calçada em frente a essa galeria sempre tem uns hippies vendendo artesanato.

Figura muito comum nas grandes cidades
Os hippies chegam por volta das 9 horas da manhã, colocam um tapete gigante no chão, expõem suas mercadorias sobre o tapete, e ficam ali fazendo/vendendo artesanato até sete horas da noite, quando eles recolhem tudo e vão embora para o buraco de onde vieram a terra mágica dos hippies.

Esse é um ritual que se repete todo santo dia, inclusive feriados, dias chuvosos, dias de calor intenso, não importa, eles sempre estão lá, servindo de poluição visual para a minha rotina, junto com os mendigos e os viciados em crack que ficam jogados pelas calçadas do bairro.

Os dreads horrorosos que eles têm na cabeça, as roupas de palhaço que vestem e as tralhas que vendem em cima do tapete escondem uma ironia muito grande: eles escolheram ser hippies para viver fora do sistema, e agora eles passam umas 70 horas por semana trabalhando para não morrer de fome.

Como eu me sinto quando passo pelos hippies
Mas não é sobre os hippies da minha rua que eu quero falar no post de hoje, e sim sobre um artigo que li na semana passada.

O artigo, originalmente publicado no Estadão, se chama "A geração que encontrou o sucesso no pedido de demissão", e fala sobre como os nossos pais são de uma geração excessivamente focada na construção de uma carreira profissional, e que talvez caiba a nossa geração quebrar esse paradigma, a exemplo do "amigo formado em comércio exterior que resolveu largar tudo para trabalhar num hostel em Morro do São Paulo, amigo com cargo fantástico em empresa multinacional que resolveu pedir as contas porque descobriu que só quer fazer hambúrguer", dentre outros exemplos utilizados pela colunista.

Ainda segundo a colunista, nossa geração sofre de uma crise nervosa por termos herdado, dos nossos pais, um conceito de sucesso baseado em carreira profissional/dinheiro, e que talvez seja hora de:
[...] aceitar que nosso modelo de sucesso é outro. Talvez uma geração carpe diem. Uma geração de hippies urbanos. Caso contrário não teríamos tanta inveja oculta dos amigos loucos que "jogaram diploma e carreira no lixo". Talvez - mera hipótese - os loucos sejamos nós, que jogamos tanto tempo, tanta saúde e tanta vida, todo santo dia, na lata de lixo. 
Enfim, a colunista encampa um discurso que todo mundo já conhece: o larga tudo e vai ser feliz.

Essa suruba de ursinhos carinhosos foi a melhor imagem que encontrei para representar a meiguice do discurso em questão
É um discurso que trata de maneira muito simplória uma questão complexa, e quem se deixa seduzir por esse papo corre sério risco de tomar no furico, para não dizer coisa pior.

A geração dos nossos pais é focada em trabalho e dinheiro por um motivo muito simples: sobrevivência.

É a primeira geração pós-êxodo rural, em que o Brasil deixou de ser um grande fazendão e passou a se urbanizar/industrializar, substituindo a vida da grande família no campo por relações socioeconômicas urbanas complexas onde ou você trabalha e faz dinheiro, ou você não vai ter onde dormir ou o que comer.

E o que mudou desde então, para justificar que sejamos uma geração carpe diem de hippies urbanos, como propõe a colunista?


Aliás, as coisas mudaram sim, mas para a pior: há mais população, mais violência, mais competitividade, mais desemprego e mais dificuldade em conseguir uma vida digna.

Dentro de um contexto desses, nós temos ainda mais motivos para nos preocuparmos com emprego e finanças do que os nossos pais tinham, e a sugestão de que nos tornemos uma geração "carpe diem", de "hippies urbanos" se torna algo extremamente dissociado da realidade, exceto se:

1) Você tem família rica e tem pra onde correr caso você canse de brincar de empregado de hostel em Morro do São Paulo.
2) Você vive em país desenvolvido em que é possível viver dignamente mesmo com trabalhos manuais, o que lhe permite largar e arranjar um emprego a hora que você bem entender, e sugar benefícios sociais entre um trabalho fixo e outro.

Se você não preenche pelo menos um dos dois requisitos acima e ainda assim quer largar sua carreira para "viver com dinheiro contadinho", tal qual disse a autora, pergunto-lhe:

Uma vida sem preocupação com o dinheiro pode ser o seu conceito de felicidade hoje, mas será que você terá essa opinião em três, cinco, dez, vinte anos?

Caso você mude de opinião, você acha que será fácil reingressar no mercado de trabalho que te garantia uma remuneração digna, ou o gap no seu currículo te colocará abaixo dos concorrentes?

Você está a fim de depender do SUS se tiver problemas de saúde?

Vai depender do INSS quando se aposentar?

Vai se achar o bem vivido quando chegar aos 40 anos contando moedinha pra pagar a conta de luz?

Boa sorte com isso
Assim como a colunista, eu sou um entusiasta da busca pela felicidade.

Mais do que isso: acredito piamente que felicidade não é sinônimo de acúmulo de bens materiais, e que pessoas infelizes devem refletir bem sobre o assunto visando reverter o estado em que se encontram.

No entanto, a busca da felicidade não deve passar pela tomada de decisões financeiramente estúpidas, a não ser que você ache que viver com orçamento apertado num país subdesenvolvido seja uma boa ideia (e se você acha isso, eu sinceramente nem sei mais o que te dizer).

Dos hippies mencionados no começo deste post à geração de hippies urbanos proposta pela colunista, é sempre bom lembrar de um detalhe muito importante: a conta sempre chega!

Aquele abraço!

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

100 mil visualizações, estatísticas do blog e ganhos com Adsense

Ontem o blog alcançou 100.000 visualizações e, por sugestão do leitor Conde de Monte Cristo, resolvi fazer um post comemorativo a respeito de tal marca, compartilhando com vocês as estatísticas do blog, inclusive receitas do Google Adsense auferidas até hoje.

100k!
Começo mostrando os 10 posts mais populares (você pode acessá-los na coluna da esquerda):


Passo agora para os maiores sites e URL de referência, ou seja, os sites que mais trazem visitantes para o meu blog: 


Agora compartilho com vocês as estatísticas do Google Analytics, deixando claro desde já que só me cadastrei no Analytics muito depois que criei o blog, então ele não mostrará 100k views, mas ainda assim traz dados interessantes para fins estatísticos.

Top 10 visitantes por país:


Top 5 visitantes por cidade:

Obrigado, cidadãos de Not Set.

Visitantes homens x mulheres:
Vou mudar o nome do blog para Clube do Bolinha

Faixa etária:



Navegador:


Enfim, chega de dados estatísticos, vamos falar agora de receitas de Adsense, mais especificamente sobre como eu estou ficando milionário ao manter esse blog.

É hora de falar de dinheiro.
Total de receita acumulada com Adsense até hoje:


Como vocês podem ver, os ganhos são pífios, e para agravar a situação sequer consigo embolsar a grana, pois se não me engano é necessário acumular 100 dólares para o Google começar a mandar cheque.

Então fica a dica pra você que vira blogueiro pensando em receita de Adsense: com 20.000 views por mês eu não tenho ganhos expressivos, o que significa que você vai precisar de bem mais tráfego que isso para começar a ganhar alguma coisa.

Como seria minha vida se eu fosse blogueiro profissional
Para finalizar o post, quero agradecer a todos que frequentam o blog.

Eu não ganho dinheiro escrevendo, e se sigo postando é porque considero um bom passatempo, além de ser uma forma de prestigiar as centenas de pessoas que estão acessando o blog diariamente.

Sei também que muita gente lê a blogosfera financeira e nunca comenta, então faço um convite: sejam mais participativos! Os blogueiros que você acompanha muito provavelmente também não ganham dinheiro escrevendo, então o seu feedback é essencial para mantê-los motivados a seguir postando.

Quando o blog alcançar 200k views eu posto as estatísticas novamente. Previsão para que isso aconteça: fevereiro/2017.

Aquele abraço!

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Nos bastidores do empreendedorismo fofo

Hemorróidas cresceram no meu cérebro depois que assisti o vídeo abaixo:


Pra você que por qualquer motivo que seja não pode ou não quer assistir o vídeo, vou resumi-lo:

O cara basicamente diz que empreender é não se conformar com injustiças, é você se apaixonar pela oportunidade de encontrar problemas e solucioná-los, que o empreendedorismo atual não é mais pelo dinheiro, mas sim uma missão e um propósito, que o dinheiro é só um meio, e que o fim é gerar valor para a sociedade.

Enfim, a mensagem que o cara se propõe a passar no vídeo pode ser resumida da seguinte forma: empreender pelo dinheiro é coisa do passado, o negócio agora é empreender por um mundo melhor.

Como me sinto toda vez que ouço esse papo
Provavelmente vocês já ouviram antes esse discurso do "empreender por um mundo melhor". Eu não sei se esse discurso tem um nome próprio, então aqui neste post vou chamá-lo de empreendedorismo fofo, pois você há de convir comigo que é um papo bem bonito.

O discurso do empreendedorismo fofo em regra é propagado por três grupos de pessoas:

O primeiro grupo é constituído pelos empreendedores de sucesso que, só depois que ganharam rios de dinheiro, adotaram o discurso de "fazer a diferença no mundo", e agem como se mudar o mundo fosse seu objetivo principal desde o começo de suas trajetórias.

Exemplo: Mark Zuckerberg. Primeiro ficou rico, e depois veio com o papo de que seu objetivo sempre foi fazer a diferença no mundo. Tá certo.
O segundo grupo é constituído pelas pessoas que não se encaixam no primeiro grupo, mas que divulgam o discurso do empreendedorismo fofo com um único objetivo: aumentar o próprio patrimônio.

Exemplo clássico de um membro do segundo grupo: essa moça aí, ou o cara do vídeo no começo do post. 
Por fim, o terceiro grupo é representado por pessoas ingênuas que acreditam que as pessoas do primeiro grupo realmente tinham "mudar o mundo" como objetivo principal quando começaram a empreender, e que acreditam que as pessoas do segundo grupo tem algum objetivo diverso de ganhar dinheiro vendendo um discurso fofo, bonito e vendível.

Exemplo clássico de membros do terceiro grupo
Os três grupos acima não são tão fáceis de entender numa primeira leitura, mas eles resumem bem o que há por trás do discurso do "empreendedorismo fofo".

Por mais bem intencionado que você seja, fique então ciente de que só existe um motivo racional para se abrir uma empresa: a perspectiva real de ganhar dinheiro.

Não abra uma empresa motivado pelo conto do empreendedorismo fofo. Aliás, não abra uma empresa por qualquer motivo que seja, a não ser que esse motivo seja a possibilidade de ser bem recompensado financeiramente pelo risco ao qual você está se sujeitando.

Se por acaso você tiver uma ideia que contribui para um mundo melhor, só a coloque em prática por meio do empreendedorismo se você tiver expectativa de que essa ideia traga um bom retorno financeiro.

Se você tiver uma ideia que em nada contribui para um mundo melhor, mas que é atividade lícita e traz boa perspectiva financeira, coloque-a em prática sem se importar se ela é fofinha ou não.

Não é a capacidade de construir um mundo melhor que deve determinar se você deve abrir uma empresa ou não, mas sim a perspectiva de retorno financeiro ao se executar atividade lícita, por mais inútil que a atividade possa parecer.

Se você sente uma necessidade enorme de contribuir para um mundo melhor, mas acha que essa sua vontade de contribuir não traz retorno financeiro, vá fazer trabalho voluntário, ajudar a APAE, criar uma ONG, abraçar mendigo na rua, qualquer coisa menos abrir uma empresa.

Empresa é pra se fazer dinheiro dentro dos limites da lei, meus caros. Não se iludam com esse papo arco-íris de "se apaixonar pela oportunidade de resolver problemas e solucioná-los" e toda a retórica desprovida de fundamentos que acompanha o discurso do empreendedorismo fofo.

Sonho com um país melhor e, de formas que não convêm mencionar neste post, faço a minha parte para que isso aconteça.

No entanto, no quesito empreendedorismo, peço a todos que coloquem o pé no chão, deixem o romantismo de lado e sejam racionais: empresa é pra ganhar dinheiro. Todas as pessoas do primeiro grupo mencionado neste post (Mark Zuckerberg, Bill Gates etc) sabiam muito bem disso, tanto é que primeiro garantiram suas respectivas fortunas pessoais, e só depois revelaram ao mundo suas almas caridosas.

Aquele abraço!

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Desempenho julho/2016 (+2,67%)

Julho foi mais um mês em que fiquei empacado na casa dos R$ 90k.

Seu Madruga admirando sua meta aparentemente inalcançável
Mas enfim, deixemos as lamentações de lado. Vamos aos números:


Sobre o aporte fraco:

A princípio o aporte seria de R$ 2.576,10, porém no finalzinho do mês optei por dedicar dois mil temers ao abatimento do saldo devedor mencionado neste post, referente a compra de cotas da minha empresa (para mais detalhes vá ler o post em questão).

O meu saldo devedor inicial era de R$ 15 mil, e agora faltam apenas R$ 3 mil para quitá-lo, o que significa que nos últimos 10 meses eu deixei de aportar em média R$ 1,2 mil/mês em prol do abatimento do saldo devedor.

Felizmente a dívida está chegando ao fim, pretendo quitá-la nos próximos dois meses, e a partir de então poderei encerrar a política de aportes reduzidos que vem afetando negativamente meu desempenho já há bastante tempo.

Se você não entendeu nada do que estou falando, reitero o convite para ler o post "Fato relevante: redução nos aportes", que escrevi em 27/09/15, pois lá dei mais detalhes.

Sobre o blog:

Se por um lado a minha caminhada rumo aos R$ 100 mil acontece a passos lentos, por outro a caminhada do blog rumo às 100 mil visualizações está a todo vapor.

Só no mês de julho sozinho o blog obteve 19.575 visualizações, totalizando 89.521 visualizações enquanto escrevo este post, o que significa que muito provavelmente alcançaremos 100k visualizações no mês de agosto.

Se tal meta for alcançada, farei talvez eu faça um post comemorativo mostrando todos os dados estatísticos que disponho do blog, inclusive sobre receitas aferidas com o Google Adsense.

Sobre a minha empresa:

Minha empresa está com um fundo de reserva de R$ 48 mil aplicados em um CDB escrotíssimo que o banco oferece a pessoas jurídicas, mas que ainda assim é melhor que a poupança.

No cenário mais apocalíptico possível, que é aquele em que a empresa não consegue botar absolutamente nenhuma receita pra dentro, ainda assim ela sobreviveria por 6 meses graças ao fundo de reserva em questão. Isso traz um certo conforto.

Além do fundo de reserva, minha empresa é proprietária de um apartamento quarto e sala numa área bem interessante da cidade. Recebemos o apartamento em questão de um ex-cliente filho da puta que nos devia dinheiro, conforme contei pra vocês no meu post de desempenho de abril/2016.

Desde o começo de maio venho tentando vender o apartamento por R$ 130 mil, porém sem sucesso até a presenta data. 

O melhor que consegui foi uma oferta de R$ 115 mil a vista, mas o menor preço possível que estamos dispostos a aceitar é R$ 125 mil.

Muita gente me procura interessada no apartamento, mas em regra as ofertas que recebo são ridículas.

"Alô, Madruga, você que está vendendo um quarto e sala na OLX? Aceita R$ 80 mil reais pago em 5 vezes, um Fiat Uno sem as quatro rodas e um bombom serenata de amor?"
Enfim, não tenho nenhuma novidade em relação ao apartamento, mas ele de certa forma também compõe o colchão de segurança da empresa. Num cenário apocalíptico, é possível vendê-lo a preço de banana por R$ 115 mil e sobreviver por mais uns 14 meses, além dos 6 meses que o fundo de reserva já cobre.

Vida pessoal:

Tudo tranquilo e sem stress.

A única coisa interessante que tenho para compartilhar em relação ao mês de julho é que ganhei R$ 500,00 fazendo um bico.

Um senhor de idade que trabalha na minha área me pagou a quantia em questão para que eu digitalizasse um monte de papel que ele tem acumulado na empresa dele.

O bico não foi tão fácil quanto parece pois o scanner é configurado para papel A4, e a maioria das coisas que eu tinha que digitalizar eram em papel ofício ou papel velho todo fodido nas extremidades, então perdi muito tempo com papel agarrando na máquina.

No fim das contas deu tudo certo. Passei um sábado inteiro digitalizando papel velho ao som de Led Zeppelin e saí de lá com 500 temers no bolso. Nada mal, não é mesmo?

Essa é a segunda vez que faço esse tipo de bico para esse senhor, e me coloquei à disposição dele para fazer mais bicos do gênero, pois apesar de ser uma tarefa chata, ainda assim se trata de dinheiro fácil.

Resumo daquele sábado: tirando papel agarrado na máquina
Finanças:

Renda fixa com a previsibilidade de sempre, como não poderia deixar de ser.

Tenho R$ 24 mil em CDB que vence em agosto. Meu plano inicial era aplicar essa quantia em FIIs, mas os FIIs estão muito caros, então provavelmente tacarei o dinheiro em LFT até pensar melhor no que fazer.

Renda variável em julho só trouxe alegria, e meu único arrependimento é de não ter comprado mais quando estava tudo baratinho.

Minha carteira de RV consiste R$16k R$ 18k aplicados em 4 FIIs. O desempenho consolidado ficou da seguinte forma:


Agora segue o desempenho de cada FII analisado individualmente:





Como me senti após preencher as planilhas e ver o resultado dos FIIs
Sobre o fim do blog Conhecimento Financeiro:

A má notícia de julho é que o colega Conhecimento Financeiro subitamente anunciou o fim de seu blog.

Para quem ainda não sabe, o CF postava com bastante regularidade, sempre trazendo temas bastante pertinentes. 

Nos últimos meses ele realizou o sonho de muita gente por aqui: fez as malas e junto com sua companheira foi para o velho mundo em busca de uma vida melhor.

Claro que não deve estar sendo fácil, mas torço para que o CF alcance o sucesso que merece.

Na certeza de que a comunidade só tem a perder com o fim do blog do CF, sugiro a todos que entrem no blog dele e comentem convencendo-o a ficar, além de usar a hashtag #ficacf no Twitter para que possamos alcançar o trending topics mundial com o intuito de comovê-lo.


CF mudando de ideia e ficando na blogosfera
Sem mais para o momento, desejo a todos um agosto produtivo.

Rumo aos R$ 100k!
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