quarta-feira, 26 de abril de 2017

5 dicas para viver sem carro

Carro é um tema recorrente na blogosfera financeira, e assim não poderia deixar de ser, já que qualquer pessoa minimamente preocupada com finanças não pode ignorar o fato de que manter um passivo ambulante de uma tonelada envolve uma série de despesas ordinárias e extraordinárias de considerável impacto no orçamento. 

Não são poucos os posts na blogosfera sobre o custo mensal de se manter um carro
O post de hoje será diferente dos que existem por aí pois eu sou um especialista em não ter carro. 

Com quase 30 anos de idade, não tenho nem nunca tive carro, muito menos dirigi veículos de outras pessoas.

Sempre priorizei a boa e velha caminhada como principal meio de locomoção. Quando o calor infernal, o horário ou a distância me impedem de caminhar, recorro ao transporte público ou Uber. 

Seu Madruga caminhando rumo ao trabalho
Graças a essa predisposição em fazer tudo andando, transporte não é uma despesa relevante no meu orçamento. Confiram minha despesa mensal com locomoção nos últimos oito meses, desde que eu comecei a registrar cada centavo gasto com transporte:

OBS: abril ainda não acabou, mas incluí de qualquer forma.
Como vocês podem ver, gasto em média R$ 124,00/mês com locomoção, e, mesmo não tendo carro, nunca atraso em compromissos e sempre chego onde quero chegar.

Se você pretende um dia abrir mão do seu carro, siga as dicas a seguir, que certamente facilitarão e muito a sua vida.

1) More perto do trabalho

Já que trabalho envolve deslocamento diário e ocupa parte relevante do tempo de qualquer pessoa, é um tanto quanto óbvio que morar perto dele diminui drasticamente os seus custos com transporte e a sua necessidade de ter um carro.

Por muitos anos morei de aluguel em um apartamento que ficava a exato 1 Km de distância da minha empresa. No ano passado, comprei um apartamento que está ainda mais próximo: 800 m.

Devo dizer que é uma enorme satisfação fazer o percurso casa x trabalho em uma simples e rápida caminhada. Isso pra mim era apenas uma questão de economia, mas com o tempo foi se tornando sinônimo de qualidade de vida.

Boto o fone, o óculos de sol e vou andando pensando na vida
Claro que, para morar perto do trabalho, é preciso que o seu trabalho não esteja situado num lugar merda, senão para morar perto dele você teria que viver em uma vizinhança merda, aí a qualidade de vida que eu mencionei deixa de existir.

2) More perto de supermercado 

Para uma vida sem carro ser mais tranquila, é importante também que você viva perto de um supermercado.

O motivo é evidente: você não precisará se deslocar grande distância para ter acesso a produtos que suprem suas necessidades básicas (alimentos, produtos de higiene pessoal e de limpeza da casa).

No meu específico caso, estou a 600m de distância de um supermercado.

Vou ser bem sincero com vocês, esse supermercado perto da minha casa é uma espelunca. O atendimento é horroroso, o chão vive sujo e a sessão de congelados fede tanto que tenho certeza que tem um cadáver em decomposição atrás dos freezers. Mas para as necessidades básicas ele atende bem.

Quanto mais perto, melhor. 

3) Bônus: farmácia, academia, ponto de ônibus

Eu diria também que seria excelente, mas não necessariamente imprescindível, se você morasse perto de uma farmácia, de academia e de ponto de ônibus/estação de metrô.

No meu específico caso, estou a 120m de uma farmácia, 450m da academia e tão perto de um ponto de ônibus que nem me preocupei em medir a distância.


4) Deixe de frescura

Toda vez que o homem médio é elevado a um novo nível de conforto, cria resistência à possibilidade de retornar à situação anterior em que o "novo conforto" não existia. Com o carro isso parece ocorrer com ainda mais intensidade.

Abrir mão do carro significa ter que lidar com caminhadas, ônibus, metrô e Uber. Enquanto muita gente fica aterrorizada só de pensar em viver dessa forma, eu particularmente não vejo problema algum nisso, pois economizo dinheiro e sempre chego pontualmente onde quero chegar (pontualidade é uma questão de organização, independentemente de você ter ou não carro). 

Deixar de frescura significa deixar de achar que só o carro particular é sinônimo de transporte com dignidade, enquanto todas as demais opções existentes por aí são inviáveis porque "transporte público é precário", "fazer as coisas andando é perigoso", e todo aquele discurso que o brasileiro tem na ponta da língua e que faz a alegria dos donos de montadoras de carros.

A boa notícia é que, se você não mora num gueto ou na puta que pariu, é bem possível que você esteja mais bem servido pelo transporte público do que imagina. Devo ser um cara de muita sorte, pois 90% das vezes que entro num ônibus ele está assim: nem cheio, nem vazio.

5) Aprenda a lidar com o "bullying"

A quinta e última dica é bem importante, especialmente se você é homem e vive num ambiente de classe média ou alta.

Depois que você alcança certa idade, as pessoas simplesmente partem do pressuposto que você tem um carro, e ficam bastante confusas quando descobrem que você não tem.

Minha reação quando um conhecido ou conhecida descobre que não tenho carro e começa a fazer perguntas sobre isso
O bullying vai além: carro é um símbolo de status é muitas pessoas presumem que estou fudido financeiramente por não ter um, ou pelo menos acreditam que os anos passam e eu não evoluo na vida.

Há, ainda, as pessoas que presumem que, por eu não ter um carro, sou uma espécie de hipster ou militante da mobilidade urbana que venera o Fernando Haddad. Não sou nada disso, apenas não tenho carro.

Se além de homem você é solteiro, e eu digo isso com conhecimento de causa pois fui solteiro sem carro por muitos anos, posso te garantir que a falta de carro vai dar uma bela atrapalhada nas suas saídas. Os mais atiçados vão dizer que isso é futilidade feminina, mas eu acho que não. O preconceito contra os descarreados independe de gênero, e ao não ter carro você sai perdendo em relação a quem tem.

Enfim, ao não ter carro em um ambiente de classe média você lida com algum grau de encheção de saco, pressãozinha, olhares tortos e sabe-se lá mais o quê.

É preciso, pois, aprender a lidar com isso sem stress, o que às vezes exige bastante auto-controle para acabar não mandando alguém tomar no meio do cu naquele lugar.

Uma breve conclusão:

Amigo leitor, se você quer ter carro tudo bem, se você não quer ter carro também. A intenção do post é tão somente mostrar que é possível viver sem, mas no fim das contas você deve fazer o que bem entender.

E já que o assunto do post é vida sem carro, não posso deixar de render minhas homenagens a todos os motoristas de Uber, que me carregam por aí madrugada adentro por um preço estupidamente baixo.

Obrigado, amigo motorista.
Aquele abraço!

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Crônicas da Matrix Finaneira: o Polegar descontrolado

No longínquo ano de 1989, começou a fazer sucesso no Brasil uma boy band adolescente chamada Polegar, composta por esses rapazes na imagem abaixo:

Veja só que merda.
Eu era só um bebê e não tenho lembrança alguma dos acontecimentos, mas o fato é que a boy band em questão fez sucesso por alguns anos, até que todo mundo cansou de olhar pra cara de bosta deles e o grupo caiu no esquecimento.

Fiz uma extensa pesquisa de quarenta segundos lendo a Wikipedia e vi que alguns integrantes da banda se deram bem na vida e outros nem tanto.

Não sei quem é quem na foto acima, mas o fato é que um deles virou médico, outro virou delegado de polícia e um outro virou músico profissional. Na lista dos que se deram mal, um deles virou viciado em crack e o outro... bom, o outro virou O POLEGAR DESCONTROLADO, assunto do post de hoje.

Aí está ele: o Polegar descontrolado
Depois de décadas escondido nas profundezas do anonimato, o Polegar descontrolado reapareceu no noticiário nacional em abril de 2014, quando declarou ao jornal "O Dia" que não tinha dinheiro nem para comer.

Vale transcrever uma pequena parte da entrevista, que já nos dá uma ideia da situação deplorável em que o sujeito se encontrava naquela época:
Como está sua situação atual?
Eu me encontro numa situação de desespero. Estou longe da minha cidade, não tenho os meus pais vivos, estou afundado em dívidas e sem saber a quem recorrer. Devo R$ 45 mil de empréstimo ao banco, estou R$ 12 mil negativo, tenho duas pensões alimentícias em aberto desde dezembro, tenho as prestações do meu carro atrasadas que já somam R$ 50 mil, além do aluguel do meu restaurante em Mogi das Cruzes, que está atrasado há quatro meses.

Você tem quantos filhos? 
Tenho três. Priscila, de 23 anos, que é fruto de uma única noite e, até hoje, não tenho certeza se é realmente minha filha; Larissa, de 16 anos, e João Pedro, de 5, que foi um ‘acidente’.
Apesar da situação dramática, o Polegar descontrolado dirigia por aí um SUV (aquele Santa Fe, da Hyundai) e morava sozinho em uma casa de 3 quartos, piscina e o caralho a quatro em Taubaté.

Mas o fato é que, sabe-se lá como, fãs e amigos do Polegar descontrolado se comoveram com o drama, e por isso ele recebeu algumas doações para tentar colocar a vida nos eixos.
Depois de passar 2015 e a maior parte de 2016 fora dos noticiários, eis que o Polegar descontrolado ressurgiu novamente na imprensa nacional, no fim do ano passado, dessa vez porque quase morreu ao ser espancado pelo próprio cunhado. 

Isso deve ter doído
E agora, em abril de 2017, já recuperado da surra, nosso amigo surge novamente nos meios de comunicação, dessa vez dizendo dever mais de R$ 400 mil a bancos, aluguel, pensão alimentícia etc, até pro padeiro o cara deve dinheiro.

Mais uma vez ele pede ajuda a quem quer que queira ajudá-lo e considera suicídio como uma opção caso não consiga reverter sua situação. 

Não sei que fim esse cara vai levar, mas você há de convir comigo que o futuro dele não parece muito promissor, já que a dívida só aumenta e o mimimi comove cada vez menos gente.


Resolvi tirar alguns minutos do dia para escrever sobre o Polegar descontrolado pois ele é um belo exemplo a não ser seguido por nós, futuros milionários.

Ele é um escravo da inflação do padrão de vida, um procriador irresponsável, um vitimista convicto e um completo inepto no trato com o dinheiro.

Ele é, acima de tudo, o rei das escolhas erradas, e a prova viva do que imaturidade emocional e financeira podem causar na vida de uma pessoa.

Aquele abraço!

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Mudança no blog

Olá, pessoal!

Depois de bastante reflexão sobre o assunto, tomei uma decisão: não vou mais fazer os posts de desempenho mensal.

Cheguei a essa conclusão por dois motivos, que listo a seguir:

1) Acho um saco escrevê-los

Via de regra eu não tenho nada de muito empolgante para compartilhar com vocês todo santo mês a título de evolução patrimonial, então venho sentindo que a tarefa de escrever posts dessa natureza se tornou bastante enfadonha.

Esse é o meu nível de empolgação todo começo de mês, quando lembro que tenho que escrever o post de desempenho mensal
Talvez como consequência disso, veio crescendo dentro de mim o sentimento de que escrever posts de desempenho mensal se tornou uma obrigação.

Ora, este blog é um hobby, então preciso afastar qualquer sentimento de obrigação, do contrário um dia me sentirei compelido a abandonar por completo o navio em troca de um hobby mais prazeroso.

2) Análise mensal é incompatível com minha vida

Ao contrário da maioria absoluta das pessoas na blogosfera, sou profissional liberal e não tenho uma receita mensal fixa.

Por conta disso, quem reler meus posts de desempenho verá que meus aportes são completamente aleatórios: teve mês que aportei R$ 0, outro mês R$ 500, outro mês R$ 8 mil. 

Dentro desse contexto, a real é que não faz sentido algum eu ficar fazendo autocríticas mensais sobre minha vida financeira. 

Prova prática disso foi o que aconteceu em 2016: nos últimos 3 meses do ano, aportei mais do que o dobro do que foi aportado nos primeiros 9 meses. 

Isso pra mim foi uma demonstração muito clara de que preciso deixar a lógica do mês a mês de lado e adotar uma linha de pensamento mais adequada à minha realidade, como por exemplo uma análise semestral ou anual.

Continuarei mantendo um controle pessoal rígido das minhas finanças, mas aqui no blog dou por encerrado os posts de desempenho mensais.

Cogito fazer posts de desempenho semestrais ou anuais (ainda não decidi).

Considerações finais: 

Quero agradecer e render minhas homenagens ao nobre Mestre dos Centavos, que me deu espaço no ranking que por ele vem sendo conduzido com excelência, ao mesmo tempo em que peço que ceda o meu lugar no ranking para algum dos suplentes que aguardam ansiosamente por uma vaga. 

Obrigado!
Quero também assegurar aos demais leitores de que tentarei manter a regularidade de 3 a 4 posts por mês aqui no blog, como já vem sendo feito desde o princípio. 

Aquele abraço!
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