Carro é um tema recorrente na blogosfera financeira, e assim não poderia deixar de ser, já que qualquer pessoa minimamente preocupada com finanças não pode ignorar o fato de que manter um passivo ambulante de uma tonelada envolve uma série de despesas ordinárias e extraordinárias de considerável impacto no orçamento.
Não são poucos os posts na blogosfera sobre o custo mensal de se manter um carro |
O post de hoje será diferente dos que existem por aí pois eu sou um especialista em não ter carro.
Com quase 30 anos de idade, não tenho nem nunca tive carro, muito menos dirigi veículos de outras pessoas.
Sempre priorizei a boa e velha caminhada como principal meio de locomoção. Quando o calor infernal, o horário ou a distância me impedem de caminhar, recorro ao transporte público ou Uber.
Seu Madruga caminhando rumo ao trabalho |
Graças a essa predisposição em fazer tudo andando, transporte não é uma despesa relevante no meu orçamento. Confiram minha despesa mensal com locomoção nos últimos oito meses, desde que eu comecei a registrar cada centavo gasto com transporte:
OBS: abril ainda não acabou, mas incluí de qualquer forma. |
Como vocês podem ver, gasto em média R$ 124,00/mês com locomoção, e, mesmo não tendo carro, nunca atraso em compromissos e sempre chego onde quero chegar.
Se você pretende um dia abrir mão do seu carro, siga as dicas a seguir, que certamente facilitarão e muito a sua vida.
1) More perto do trabalho
Já que trabalho envolve deslocamento diário e ocupa parte relevante do tempo de qualquer pessoa, é um tanto quanto óbvio que morar perto dele diminui drasticamente os seus custos com transporte e a sua necessidade de ter um carro.
Por muitos anos morei de aluguel em um apartamento que ficava a exato 1 Km de distância da minha empresa. No ano passado, comprei um apartamento que está ainda mais próximo: 800 m.
Devo dizer que é uma enorme satisfação fazer o percurso casa x trabalho em uma simples e rápida caminhada. Isso pra mim era apenas uma questão de economia, mas com o tempo foi se tornando sinônimo de qualidade de vida.
Claro que, para morar perto do trabalho, é preciso que o seu trabalho não esteja situado num lugar merda, senão para morar perto dele você teria que viver em uma vizinhança merda, aí a qualidade de vida que eu mencionei deixa de existir.
Se você pretende um dia abrir mão do seu carro, siga as dicas a seguir, que certamente facilitarão e muito a sua vida.
Já que trabalho envolve deslocamento diário e ocupa parte relevante do tempo de qualquer pessoa, é um tanto quanto óbvio que morar perto dele diminui drasticamente os seus custos com transporte e a sua necessidade de ter um carro.
Por muitos anos morei de aluguel em um apartamento que ficava a exato 1 Km de distância da minha empresa. No ano passado, comprei um apartamento que está ainda mais próximo: 800 m.
Devo dizer que é uma enorme satisfação fazer o percurso casa x trabalho em uma simples e rápida caminhada. Isso pra mim era apenas uma questão de economia, mas com o tempo foi se tornando sinônimo de qualidade de vida.
Boto o fone, o óculos de sol e vou andando pensando na vida |
2) More perto de supermercado
Para uma vida sem carro ser mais tranquila, é importante também que você viva perto de um supermercado.
O motivo é evidente: você não precisará se deslocar grande distância para ter acesso a produtos que suprem suas necessidades básicas (alimentos, produtos de higiene pessoal e de limpeza da casa).
No meu específico caso, estou a 600m de distância de um supermercado.
Vou ser bem sincero com vocês, esse supermercado perto da minha casa é uma espelunca. O atendimento é horroroso, o chão vive sujo e a sessão de congelados fede tanto que tenho certeza que tem um cadáver em decomposição atrás dos freezers. Mas para as necessidades básicas ele atende bem.
3) Bônus: farmácia, academia, ponto de ônibus
Eu diria também que seria excelente, mas não necessariamente imprescindível, se você morasse perto de uma farmácia, de academia e de ponto de ônibus/estação de metrô.
Para uma vida sem carro ser mais tranquila, é importante também que você viva perto de um supermercado.
O motivo é evidente: você não precisará se deslocar grande distância para ter acesso a produtos que suprem suas necessidades básicas (alimentos, produtos de higiene pessoal e de limpeza da casa).
No meu específico caso, estou a 600m de distância de um supermercado.
Vou ser bem sincero com vocês, esse supermercado perto da minha casa é uma espelunca. O atendimento é horroroso, o chão vive sujo e a sessão de congelados fede tanto que tenho certeza que tem um cadáver em decomposição atrás dos freezers. Mas para as necessidades básicas ele atende bem.
Quanto mais perto, melhor.
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3) Bônus: farmácia, academia, ponto de ônibus
Eu diria também que seria excelente, mas não necessariamente imprescindível, se você morasse perto de uma farmácia, de academia e de ponto de ônibus/estação de metrô.
No meu específico caso, estou a 120m de uma farmácia, 450m da academia e tão perto de um ponto de ônibus que nem me preocupei em medir a distância.
4) Deixe de frescura
Toda vez que o homem médio é elevado a um novo nível de conforto, cria resistência à possibilidade de retornar à situação anterior em que o "novo conforto" não existia. Com o carro isso parece ocorrer com ainda mais intensidade.
Abrir mão do carro significa ter que lidar com caminhadas, ônibus, metrô e Uber. Enquanto muita gente fica aterrorizada só de pensar em viver dessa forma, eu particularmente não vejo problema algum nisso, pois economizo dinheiro e sempre chego pontualmente onde quero chegar (pontualidade é uma questão de organização, independentemente de você ter ou não carro).
Deixar de frescura significa deixar de achar que só o carro particular é sinônimo de transporte com dignidade, enquanto todas as demais opções existentes por aí são inviáveis porque "transporte público é precário", "fazer as coisas andando é perigoso", e todo aquele discurso que o brasileiro tem na ponta da língua e que faz a alegria dos donos de montadoras de carros.
5) Aprenda a lidar com o "bullying"
5) Aprenda a lidar com o "bullying"
A quinta e última dica é bem importante, especialmente se você é homem e vive num ambiente de classe média ou alta.
Depois que você alcança certa idade, as pessoas simplesmente partem do pressuposto que você tem um carro, e ficam bastante confusas quando descobrem que você não tem.
O bullying vai além: carro é um símbolo de status é muitas pessoas presumem que estou fudido financeiramente por não ter um, ou pelo menos acreditam que os anos passam e eu não evoluo na vida.
Há, ainda, as pessoas que presumem que, por eu não ter um carro, sou uma espécie de hipster ou militante da mobilidade urbana que venera o Fernando Haddad. Não sou nada disso, apenas não tenho carro.
Se além de homem você é solteiro, e eu digo isso com conhecimento de causa pois fui solteiro sem carro por muitos anos, posso te garantir que a falta de carro vai dar uma bela atrapalhada nas suas saídas. Os mais atiçados vão dizer que isso é futilidade feminina, mas eu acho que não. O preconceito contra os descarreados independe de gênero, e ao não ter carro você sai perdendo em relação a quem tem.
Enfim, ao não ter carro em um ambiente de classe média você lida com algum grau de encheção de saco, pressãozinha, olhares tortos e sabe-se lá mais o quê.
É preciso, pois, aprender a lidar com isso sem stress, o que às vezes exige bastante auto-controle para acabar não mandando alguém tomarno meio do cu naquele lugar.
Uma breve conclusão:
Amigo leitor, se você quer ter carro tudo bem, se você não quer ter carro também. A intenção do post é tão somente mostrar que é possível viver sem, mas no fim das contas você deve fazer o que bem entender.
E já que o assunto do post é vida sem carro, não posso deixar de render minhas homenagens a todos os motoristas de Uber, que me carregam por aí madrugada adentro por um preço estupidamente baixo.
Aquele abraço!
Minha reação quando um conhecido ou conhecida descobre que não tenho carro e começa a fazer perguntas sobre isso
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Há, ainda, as pessoas que presumem que, por eu não ter um carro, sou uma espécie de hipster ou militante da mobilidade urbana que venera o Fernando Haddad. Não sou nada disso, apenas não tenho carro.
Se além de homem você é solteiro, e eu digo isso com conhecimento de causa pois fui solteiro sem carro por muitos anos, posso te garantir que a falta de carro vai dar uma bela atrapalhada nas suas saídas. Os mais atiçados vão dizer que isso é futilidade feminina, mas eu acho que não. O preconceito contra os descarreados independe de gênero, e ao não ter carro você sai perdendo em relação a quem tem.
Enfim, ao não ter carro em um ambiente de classe média você lida com algum grau de encheção de saco, pressãozinha, olhares tortos e sabe-se lá mais o quê.
É preciso, pois, aprender a lidar com isso sem stress, o que às vezes exige bastante auto-controle para acabar não mandando alguém tomar
Uma breve conclusão:
Amigo leitor, se você quer ter carro tudo bem, se você não quer ter carro também. A intenção do post é tão somente mostrar que é possível viver sem, mas no fim das contas você deve fazer o que bem entender.
E já que o assunto do post é vida sem carro, não posso deixar de render minhas homenagens a todos os motoristas de Uber, que me carregam por aí madrugada adentro por um preço estupidamente baixo.
Obrigado, amigo motorista. |