terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Crônicas da Matrix Financeira: Reginaldo, o herdeiro

Reginaldo era um dos clientes pessoa física mais ricos da minha empresa. 

Como eu tinha livre acesso às declarações de imposto de renda dele, posso afirmar com absoluta convicção de que seu patrimônio superava os R$ 50 milhões, com boa parte da bufunfa imobilizada em imóveis comerciais alugados e aplicações merda na renda fixa que ele realizava sob a orientação de um primo que é gerente de banco.

"Olha aqui, Reginaldo, essa LCI ma-ra-vi-lho-sa 70% do CDI que eu consigo com exclusividade pra você".
Se você leu o título deste post, já sabe a origem da fortuna de Reginaldo: ele herdou tudo de seu falecido pai, que era pecuarista, dono de frigorífico, dono de postos de gasolina, de imóveis comerciais, de empresa de logística, enfim, o pai dele era uma daquelas pessoas que nasceu bem pobre e fez fortuna tocando um monte de atividades ao mesmo tempo (sabe-se lá como).

Até empresa de limpar porão de navio o pai do Reginaldo tinha
Se o pai era um self-made man, o mesmo não se pode dizer em relação ao Reginaldo. Ele nasceu num berço de ouro decorado com diamantes e esmeralda, e, diante de tanto conforto, se tornou uma espécie de criança de 40 anos irresponsável e preguiçosa ao ponto de sequer se dar ao trabalho de aprender a escrever direito.

Reginaldo era gordão, alcoólatra em negação e fumante assumido.

Vivia numa interminável briga judicial com o irmão por entender que foi sacaneado na divisão da herança deixada pelo pai, vivia outra briga sem fim com duas ex-esposas, teve três filhos dentro dos casamentos e um fora, e só não ignorava por completo a existência do filho bastardo pois foi compelido judicialmente a pagar pensão alimentícia.

Um resumo dos passatempos favoritos de Reginaldo: beber e fumar.
Dominado por problemas, rancores e vícios, nosso antiherói teve um AVC e morreu em 2014, aos quarenta e muitos anos.

Seu corpo nem esfriou no IML e a primeira ex-esposa dele já batia na porta da minha empresa pedindo as últimas declarações de imposto de renda do defunto, para dar início à briga pelos bens deixados para trás.

O destino dos bens de Reginaldo? Será (se é que já não foi) dividido entre os filhos - inclusive o bastardo que ele tanto odiava -, e, como são todos menores de idade, provavelmente será administrado pelas mães das crianças, que certamente levarão uma vida de dondoca.

Pararabéns, Reginaldo, por entregar o patrimônio suado do seu pai para as suas ex-esposas.
Você que passa a vida toda em busca da independência financeira, repare que Reginaldo ganhou na loteria da vida: nasceu e recebeu a IF de mão beijada, sem precisar fazer o menor esforço.

Diante de tamanho presente, o que o cara fez? Se transformou numa pessoa tão desagradável que nem ele mesmo se aguentava, morreu cedo e não fez falta a ninguém, exceto a mim, que perdi um cliente rs.

E se você acha que isso é um caso isolado, posso afirmar para você que tenho um outro cliente herdeiro milionário que, adivinhem só, também é completamente surtado! Mas quem sabe um dia faço um post específico sobre ele.

Por mais que você não seja herdeiro de uma fortuna, ainda assim é possível extrair algumas lições do post de hoje:

Pense um milhão de vezes antes de tomar certas decisões em sua vida, especialmente aquelas difíceis ou impossíveis de desfazer, do tipo casar, quem será a mãe dos seus filhos, de que forma você tratou seu corpo durante a maior parte da sua vida etc.

De nada adianta você alcançar a independência financeira mas ter feito tanta cagada na vida ao ponto de se tornar uma pessoa surtada, cheio de daddy issues, arrependimentos, raivinhas, picuinhas e problemas de saúde! Você não vai aproveitar bulhufas dessa forma!

Sempre dizem por aí que é melhor ser infeliz numa jacuzzi de um hotel cinco estrelas em Paris do que numa favela. Não, meu amigo, o melhor é não ser infeliz! E para isso basta fazer o esforço de não agir por impulso e refletir bastante antes de tomar decisões capazes de influenciar no curso da sua vida.

Aquele abraço!

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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

De volta ao Brasil em grande estilo

Bom dia, confrades!

Essa foi minha terceira viagem ao Uruguai, e devo dizer que a paz que impera naquele país nunca deixa de me surpreender.

Mesmo sendo um país de terceiro mundo, no Uruguai você pode caminhar pelas cidades sem medo, se meter nos matagais sem preocupação em cruzar com o maníaco do parque, enfim... é um ótimo lugar para se desligar e renovar as energias.

A paz que sinto no Uruguai.
Curioso foi o meu retorno ao Brasil.

Cheguei no aeroporto da minha cidade à noite e logo fui abordado por dois taxistas.

_ Táxi?! Precisa de táxi, irmão?!
_ Preciso não, obrigado.
_ Irmão, se você pegar Uber a gente vai atrás de você, ok?

Minha reação quando já chego sofrendo ameaça
Nem morto eu pagaria R$ 20 num táxi. Esperei os dois taxistas mau humorados arranjarem serviço e sumirem do aeroporto e, aí sim, chamei um Uber. Preço da viagem: R$ 9,60. Taxistas de todo o Brasil: vão se fuder.

Chegando na frente do meu prédio, noto que a mercearia que tem ao lado havia colocado o lixo pra fora, e dentro do lixo havia um monte de sacos de biscoito de polvilho, provavelmente vencidos.

Uma crackuda estava com a cara enfiada no lixo da mercearia, comendo polvilho como se fosse a melhor refeição do universo, espalhando biscoito e outros sacos de lixo por toda a calçada.

Crackuda jantando
Um caminhão de lixo que veio na cola do meu Uber parou em frente à mercearia e um dos lixeiros não ficou nada feliz com toda aquela porcaria espalhada pelo chão.

_ Noiada filha da puta! Cagou a calçada toda! - disse o lixeiro num tom pouco amigável.
_ Já tava assim quando eu cheguei.
_ Já tava assim o caralho! Vou ter que limpar essa merda! Vagabunda! Vaza daqui antes que eu te jogue na caçamba junto com o lixo!

Percebendo que o lixeiro não estava no melhor dos humores, a crackuda levantou e foi se afastando lentamente, enquanto resmungava qualquer coisa, provavelmente palavras depreciativas dirigidas à mãe do profissional da limpeza pública.

_ O que você disse, sua noiada? Fala mais alto! Vem cá!

Nesse momento, o lixeiro pegou um pedaço de pau dentro da caçamba do caminhão e começou a andar em direção a crackuda. Percebendo a surra que estava por vir, a crackuda saiu correndo desesperadamente e o lixeiro disparou atrás dela.

Enquanto os demais lixeiros do caminhão e o porteiro do meu prédio morriam de rir, a crackuda sumia de vista enquanto gritava "ai! para, porra!".

Eu testemunhando aquela cena. Mal cheguei em casa e já estou com saudade do Uruguai.
Mas enfim, voltei ao caos urbano com as energias renovadas. Que venha 2017!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Desempenho dezembro/2016

Olá, confrades!

Estou no Uruguai, em um lugar bastante agradável chamado Punta del Diablo. 

Apesar do nome do local, não estou aqui venerando o capiroto. Trata-se de uma pequena vila de pescadores que recebe bastante turistas durante o verão (olhem fotos do lugar no Google Imagens).

Não trouxe computador e a internet pelo celular é precária, então só estou escrevendo o post de hoje para dar satisfação aos organizadores dos rankings em que participo. 

Sem mais delongas:

Patrimônio total: R$ 24.178,00.
Aporte do mês:  R$ 7.438,00.

Por conta de um bom contrato que minha empresa fechou no fim do ano passado, tive excelentes aportes em novembro e dezembro. Infelizmente todos os lucros desse contrato já foram distribuídos, então os tempos de vacas gordas terminaram e meus aportes devem retornar à normalidade nos próximos meses.
Por hoje é só. Responderei os comentários do post anterior assim que retornar ao bananistão. 
Feliz 2017!!
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