quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Vida Ruim de Pobre Ponto Com

Não sei se vocês estão sabendo, mas alguma alma caridosa se deu ao trabalho de copiar por completo o blog do Pobretão, preservando todos os posts e comentários do blog original.

Achei interessante a iniciativa, pois preserva a memória desse personagem que por muitos anos foi uma figura marcante na blogosfera financeira, além de manter disponível para consulta o ranking mensal que existia no blog dele.

Sem mais delongas, o Vida Ruim de Pobre está disponível no link www.vidaruimdepobre.com.

Uma observação: não tenho nada a ver com essa iniciativa e não sei quem está por trás dela, só estou divulgando pois achei interessante, e lamento que iniciativa semelhante não tenha sido tomada em relação a outros blogueiros que deletaram tudo e se foram.

Aquele abraço!

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Vovó safada - parte 2

No post "Vovó safada - parte 1" compartilhei com vocês um acontecimento desagradável: a mãe do meu pai o abandonou quando ele tinha 7 anos de idade, sumiu por cinquenta anos, e agora ressurgiu das cinzas ao ajuizar uma ação de alimentos contra ele, pedindo que a justiça condene o meu pai a pagar, a título de prestação alimentícia, 30% de toda e qualquer renda líquida que ele aferir.

Pra quem não captou o absurdo da situação: por conta dessa ação de alimentos, meu pai passou a correr risco de ter que entregar 30% da renda mensal dele de mão beijada para a mulher que o abandonou quando ele era criança e não se importou em saber se o próprio filho estava vivo ou morto no meio século que se sucedeu.

Como me sinto toda vez que penso na pessoa maravilhosa que é essa minha avó
Não sei se eu deveria escrever isso pois me parece um tanto quanto óbvio, mas por precaução eu digo: leia a parte 1 antes de ler a parte 2.

Sem mais delongas, vamos à parte 2:

Logo no começo do processo, mesmo antes de notificarem meu pai para que ele pudesse apresentar sua defesa, a justiça já havia determinado que ele deveria pagar 2 salários mínimos mensais para a mãe dele, que serviria como uma espécie de pensão alimentícia provisória enquanto a questão não fosse decidida de forma definitiva pelo Poder Judiciário.

Em outras palavras, meu pai mal tinha tomado conhecimento acerca da existência do processo e já levou porrada, tendo que depositar R$ 1.760,00/mês para a mãe dele sob pena de ser preso, que é o que acontece com quem não paga pensão alimentícia.

O recado da justiça estava dado: ou meu pai depositava R$ 1,7 mil/mês na conta da vigarista, ou iria preso.
E os problemas não pararam por aí: a ação de alimentos foi ajuizada num interiorzão do norte do país, e meu pai precisava contratar um advogado disposto a defendê-lo lá.

Depois de muita busca, tendo que lidar com advogados que reprovariam com louvor numa prova de português do ensino fundamental, conseguimos encontrar um advogado que parecia saber do que estava falando, e lá se foram mais R$ 4.500,00 para contratá-lo.

A defesa foi apresentada por escrito, e nela meu pai teve a oportunidade de contar sobre o abandono, e demonstrar que seria um absurdo condená-lo a pagar pensão a uma mãe que nunca esteve presente.

O dia da audiência estava se aproximando e lá foi meu pai gastar quase R$ 1.500,00 entre passagens aéreas e hospedagem para ficar frente a frente com a vovó safada pela primeira vez desde a longínqua década de 60.

Imagem que retrata com riqueza de detalhes o meu pai contra a Vovó Safada numa sala de audiência no norte do país
O dia da audiência chegou e a Vovó Safada apareceu no fórum acompanhada de uma dezena de parentes - um bando de tias e primos do meu pai cuja existência ele desconhecia, mas que ele reconheceu como prováveis parentes por conta das semelhanças físicas.

Os lacaios da Vovó Safada estavam naquela farofada/gritaria que sempre acontece quando meia dúzia de pobres se juntam, e às vezes olhavam de lado para o meu pai e cochichavam alguma coisa entre si, davam risadinhas etc.

Nesse momento pré-audiência meu pai pôde observar algo interessante: a parentada que ele acabara de conhecer estava naquele clima de final de copa do mundo, empolgadíssimos com a perspectiva de parasitar 30% da renda dele (algo na faixa de R$ 6 mil), enquanto a própria Vovó Safada estava sentada num canto, com uma bengala velha em mãos e um olhar perdido.

Ficou meio evidente naquele momento que quem estava por trás da ação de alimentos eram esses parentes. Provavelmente eles investigaram, descobriram que a Vovó Safada tem um "filho rico", e se animaram com a possibilidade de tirar dinheiro do bolso desse filho sem muito esforço.

Mas enfim, chamaram para a sala de audiência somente a Vovó Safada, o advogado dela, o meu pai e o advogado dele.

Como eu imagino que é uma audiência que trata de questões familiares
A Juíza perguntou se existia alguma possibilidade de acordo, e o advogado da Vovó Safada disse que pra fechar um acordo aceitaria que a pensão alimentícia fosse 15% da renda mensal líquida do meu pai (algo em torno de R$ 3 mil).

O advogado do meu pai recusou e não fez nenhuma contraproposta.

Diante da falta de acordo, a juíza passou de 20 a 30 minutos lendo o processo em silêncio, enquanto os advogados, meu pai e a Vovó Safada ficaram lá sentados, um de frente pro outro, com cara de tacho esperando a mulher terminar de ler.

Assim que terminou de ler o processo, a juíza quis ouvir o que a Vovó Safada tinha a dizer, mas ela não conseguia se expressar direito, e o advogado dela ficou em silêncio em vez de ajudar a organizar as ideias.

Depois disso a juíza quis ouvir meu pai, que contou sobre o abandono, que nos últimos 50 anos a velha nunca nem se deu ao trabalho de escrever uma carta, dar um telefonema, adicionar no Orkut, enfim, nenhuma forma de contato.

A juíza encerrou a audiência, disse que a sentença sairia em breve e meu pai voltou pra casa.
Em breve? Em breve quando? Cada mês que esse em breve demorar meu pai perde R$ 1,7k.
Felizmente a sentença realmente saiu rapidinho, e nesse momento tenho a felicidade de compartilhar com vocês o fato de que a Vovó Safada e seus lacaios tomaram no tereco.
A juíza teve a sensatez de perceber o absurdo da situação, e ainda aproveitou a sentença para dizer que, como ser humano e mãe de dois filhos, achava um absurdo uma pessoa abandonar o filho ainda criança e nunca mais fazer contato.

Pela sentença, meu pai ficou desobrigado de prestar qualquer tipo de auxílio financeiro à Vovó Safada.
Logo depois da sentença começou o prazo para recurso. O advogado da Vovó Safada informou no processo que o contrato dele com ela se encerrou (sei lá por qual motivo, provavelmente falta de pagamento), e o prazo pra recurso acabou sem que a Vovó Safada tenha apresentado apelação.

Acabou, pois, o drama, e agora meu pai pode dormir tranquilo.

O final foi feliz, mas já pararam para calcular o prejuízo que meu pai tomou na aventura judicial da Vovó Safada?

R$ 5.280,00 correspondentes a 3 meses de pensão provisória.
R$ 4.500,00 da contratação de advogado.
R$ 1.500,00 entre passagens aéreas, hospedagem e alimentação.
Total: R$ 11.280,00.
Isso só de prejuízo financeiro! E o desgaste mental de ter passado por uma situação dessas?
É fogo, amigo! 
Tratem bem seus filhos se quiser que eles cuidem de você na velhice!
Aquele abraço!

domingo, 4 de setembro de 2016

[Caso Menina do Vale e] Desempenho agosto/2016 (+2,68%)

Há algo podre no reino dos empreendedores de palco

E se essa era uma sensação que eu já tinha entalada dentro de mim há muito tempo, a coisa toda ficou ainda mais clara no mês de agosto.

Isso porque alguns comentaristas deste blog me alertaram que, alguns dias após eu ter publicado o post "Nos bastidores do empreendedorismo fofo", uma das pessoas que citei no post se tornou motivo de chacota a nível nacional ao ter sido completamente desmascarada por um dossiê do blogueiro Izzy Nobre chamado "porque a Menina do Vale não vale tanto assim".

No dossiê em questão, o nosso cuck favorito Izzy Nobre demonstra, de uma forma muito sólida, como a moça que se autointitula a Menina do Vale [do Silício] fantasiou bastante coisa sobre seu currículo acadêmico e vida profissional, tudo para inflar a própria imagem e ganhar dinheiro seduzindo pessoas que são ingênuas ao ponto de acreditar que ela de fato é um guru do empreendedorismo.

Minha reação lendo o dossiê do Izzy
O dossiê em questão repercutiu bastante, ao ponto do Facebook oficial da "Menina do Vale" ser inundado por milhares de comentários de pessoas exigindo que a Bel Peixe desse as devidas explicações.

Depois de alguns dias em silêncio, anteontem a menina finalmente apresentou sua resposta ao dossiê do Izzy Nobre, uma resposta que, ao meu ver, só deixou ainda mais claro que o Izzy tem razão na absoluta maioria dos fatos expostos em seu dossiê.

Se você não tiver nada melhor pra fazer, sugiro que leia o dossiê do Izzy e a resposta da Bel Peixe para tirar suas próprias conclusões sobre o caso.
Tentando analisar a treta da maneira mais imparcial possível, a conclusão a que chego é a seguinte:

Bel Peixe se graduou numa das mais renomadas instituições tecnológicas do mundo, e provas documentais demonstram que ela concluiu o curso com um desempenho excelente. Se você tem um diploma do M.I.T. em mãos, você automaticamente ganha status de pica grossa, e provavelmente portas se abrem pra você em qualquer lugar do mundo em termos profissionais.

Apesar do currículo invejável, ela não conseguiu florescer como empreendedora nos EUA, e falo isso sem nenhum demérito, pois eu dificilmente conseguiria me dar bem por lá também.

De volta ao nosso país subdesenvolvido, a Menina do Vale percebeu que era possível monetizar a sua imagem de garota com diploma fodão que traz conceitos de empreendedorismo diretamente do Vale do Silício.

A sempre irresponsável imprensa brasileira engoliu tudo que a Bel tinha pra falar sem se preocupar em checar a veracidade das informações, o que tornou a moça ainda mais conhecida no Brasil como "a menina que conquistou o Vale do Silício".

Ao se encontrar no centro dos holofotes e diante de uma mídia sedenta por mais relatos sobre as conquistas dela no Vale do Silício, a Menina do Vale passou a exagerar sobre sua própria história, dizendo que tinha 5 diplomas do MIT, que teve posições de liderança no Google e Microsoft (foram, na verdade, curtos estágios de verão durante os tempos de faculdade), dentre outros exageros que eu não vou escrever aqui, pois já foram expostos de maneira bastante didática no dossiê do Izzy.

Com a projeção nacional que conseguiu, nossa amiga ganhou dinheiro vendendo livros, palestras e sonhos.
Continuo ansioso pelas "cenas dos próximos capítulos" dessa treta, e espero que justiça seja feita em relação à Menina do Vale.

A justiça, no caso, é incluí-la no hall da fama dos enganadores, junto com aquele cara que fingiu ser filho do dono da Gol e enrolou bastante gente Brasil afora, e daquela "falsa grávida de Taubaté" que teve seus 15 minutos de fama fingindo que estava grávida de quadrigêmeos, mas na verdade o barrigão que ela ostentava era um monte de fronha de travesseiro e lençol.

É cada coisa que me aparece...
E qual lição podemos tirar disso? Algo que está nas entrelinhas do meu post sobre o empreendedorismo fofo: não acredite em vendedores de sonhos, acredite em vendedores de realidade.

Há tanto a se aprender com Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira, Marcel Telles, Abílio Diniz, Jeff Bezos, Elon Musk, blog do Corey, Peter Thiel e dezenas de outras pessoas, e a galera vai buscar inspiração em Bel Peixe? Pelas barbas do profeta!

Parabenizo o gordinho canadense pelo dossiê e por ter dado a cara a tapa em busca da verdade. Se ele investigar outros empreendedores de palco, certamente verá que tem muito teto de vidro para ser quebrado por aí.

MAS ENFIM. 

Já consumi mais tempo do que gostaria escrevendo este post, então serei bem objetivo ao tratar do meu desempenho em agosto/2016:

Em agosto dei mais um passo de tartaruga rumo aos R$ 100k.
Posição consolidada em Renda Variável, onde tenho alocado 4 FIIs:


Meus 4 FIIs (BBPO, KNRI, AGCX e RNGO) analisados um a um:




Não tenho nada de notável para compartilhar em relação ao mês de agosto.

Na verdade tenho novidades em relação ao caso  "Vovó Safada - Parte 1", mas isso será objeto de post específico que escreverei em setembro.

Por hoje é só, confrades. Aquele abraço!
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