terça-feira, 31 de março de 2015

Desempenho março de 2015


Março. Que mês escroto. Trabalhei igual um filho de uma puta paga. Pelo menos teve uma divisão de lucros minimamente digna e pude aportar aproximadamente três mil dilmas (o resto é rendimento de uma LCI que tenho), o que gerou um crescimento em meu patrimônio de 10,72% em relação ao mês anterior. 

Sei que deveria estar celebrando um aporte de 3k, mas ando pensando muito no esforço que venho fazendo para tocar a empresa. 

Trabalho muito, me estresso, tenho dificuldades de desapegar de questões da empresa durante o tempo livre, e enquanto isso quatro pessoas que graduaram comigo estão em cargos comissionados ganhando aproximadamente 5k para passar 6 horas por dia no ar condicionado enquanto fazem o que quiser, pois pouco ou nenhum controle de produtividade é exigido deles.

Essas pessoas podem ser dispensadas a qualquer momento sem nenhuma garantia trabalhista ou estatutária, e ainda assim não fazem nenhum esforço para trocar o cargo comissionado por algo mais seguro. Não se esforçam pois estão na famosa zona de conforto, pois pra eles "tá muito bom do jeito que tá". Elas não sabem o que é trabalho de verdade, se sentem seguras diante da insegurança (basta uma troca de chefe para cabeças de comissionados rolarem), e se forem dispensadas de seus cargos de confiança serão engolidas vivas em qualquer profissão de verdade. 

Com base nisso, eu quero crer que vou rir por último, pois estou construindo algo enquanto eles estão parados, mamando nas tetas do Estado em uma perigosa zona de conforto. 

Ainda assim, não consigo parar de pensar que, ao menos nos três primeiros anos de formado, eles ganharam ridiculamente mais do que eu sem ter feito 1/3 do esforço que fiz, então já são três anos em que eles riem e eu ralo.

Apenas a título de exemplo: a ex-estagiária aqui da empresa conseguiu um cargo de confiança na assembleia legislativa. Ela ganha R$ 5.091,00 líquidos e "trabalha" só de tarde, das 12 às 18h. Certo dia ela veio puxar papo comigo reclamando que "ain, no mês de agosto vou ter que trabalhar de manhã e de tarde nas terças-feiras". Me controlei pra não mandar tomar no cu. Porra, meus caros, alguém vir reclamar comigo que vai ter que trabalhar de manhã durante 4 dias em UM ANO INTEIRO só pode ser alguma tentativa de me ofender.

Venho conscientemente me afastando desse tipo de gente. Tá difícil conviver com quem vive numa mamata dessas sem me sentir ofendido. Não pensem que é rancor por não estar na vida boa que eles estão, pois logo quando formei recusei um cargo comissionado de 3.5k líquidos e em 2013 recusei outro de 7k líquidos.

Eu acredito veementemente que minha empresa se tornará uma máquina de dinheiro e que eu poderei me dar ao luxo de trabalhar menos horas não por mamar nas tetas do Estado, mas sim por poder delegar as tarefas aos meus subordinados sem desconfianças. 

Aquele abraço! 

domingo, 22 de março de 2015

Tudo e todos conspiram contra a sua prosperidade

Ninguém aqui é criança e todos sabemos muito bem que o capitalismo industrial alterou o foco da existência humana do ser para o ter.

A consequência disso é que, a não ser que você seja um hippie, cigano ou viva em alguma comunidade alternativa, sua vida necessariamente envolve fixar-se num determinado lugar e juntar dinheiro (algumas pessoas são boas nisso e juntam para viver uma vida confortável, outras são ruins e juntam para não morrer de fome).

Essa é uma situação tão impregnada no nosso dia-a-dia que a coletividade humana tem sido denominada "sociedade de consumo". Pense no quão patético isso é: chegamos ao ponto de nos autodenominar "de consumo", como se os atos de comprar e vender fossem a coisa mais importante para representar a vida humana em sociedade.

Estar inserido dentro da sociedade que se identifica como "de consumo" significa que você tende a ser julgado não pela sua pessoa, mas sim pelo seu patrimônio, o que é extremamente ridículo.

Apesar de ser ridículo, digo-lhe uma coisa: não adianta tentar lutar contra o capitalismo, muito menos tentar fugir dele. O melhor conselho desse que vos escreve é: se você ainda estiver escolhendo qual curso superior fará, não invente de fazer ciências sociais na federal mais próxima e se juntar com os miguxos para tentar mudar o mundo, pois você não vai conseguir. Muito pelo contrário, o capitalismo vai te colocar de quatro e enfiar um tronco no seu cu, e você vai passar o resto dos seus dias ganhando R$ 800,00 e reclamando nas redes sociais que sua profissão é o futuro do país e que você deveria ser melhor remunerado. 

Conheço uma grande quantidade de graduados em filosofia, história, ciências sociais, dentre alguns outros cursos de humanas e todos têm esse perfil: ou trabalham com algo totalmente não relacionado ao curso que fizeram, ou são professores-escravos que não têm outra opção senão depositar a esperança de uma vida digna em políticos e sindicatos (ou seja, fudeu).

Como eu disse, se tentar lutar contra você certamente vai perder. Dentro desse contexto, a melhor coisa que você pode fazer é jogar o jogo do capitalismo da melhor forma possível. Não meça esforços para viver uma vida em que você ganhe muito dinheiro, e preferencialmente uma vida onde você consiga a bênção de viver de renda passiva. 

Sim, isso é muito difícil de conseguir, e fica mais difícil a cada ano que passa. Pra aumentar o nível de dificuldade, tudo conspira para que você não consiga alcançar sua independência financeira.

A tal "sociedade de consumo" é um grande, constante e permanente convite para que você diminua seu patrimônio mediante aquisição de um monte de porcarias supérfluas. 

Querem que você ache bonito gastar R$ 200,00 em pano só porque tem a estampa de um jacaré; que você gaste 40 mil dilmas num carro 1.0 só porque ter mais de 18 anos e não ter carro é praticamente uma heresia; que você gaste R$ 100,00 só para entrar numa boate e depois mais R$ 12,00 por cada 355ml de cerveja; que você compre o iphone 6; que você refine seu gosto por vinho ao ponto de sentir nojo de vinho barato e só conseguir sentir prazer bebendo vinho de R$ 300,00; que você mostre pra todo mundo no facebook como você tá sempre feliz, bem vestido, frequentando lugares bacanas e cercado de gente boa.

Como eu disse antes, você jamais conseguirá destruir a sociedade de consumo ou fugir dela, mas é possível mandá-la tomar no cu. Desapegue-se do fogo no cu pela compra disso e compra daquilo. Deixe de ser uma putinha consumista e pare de importar com o que as demais putinhas pensam disso. 

Foda-se o carro mais moderno, foda-se o apartamento maior, foda-se o celular de última geração, foda-se o pano que você veste pra mostrar que pagou caro por ele, foda-se o que quer que os demais escravos do consumo vão pensar disso.

Viva uma vida simples, acabe com o consumo de supérfluos, reflita muito sobre o que realmente é essencial e o que é supérfluo, pois muito do que você considera essencial hoje é absolutamente desnecessário. Se você sente necessidade de exibir sua vida pros outros no mundo real e virtual, sinta vergonha desse comportamento de patricinha de beverly hills do caralho e se recomponha, pois ostentação de bens é coisa de patricinha e favelado, e ostentação de felicidade é coisa de gente imbecil que sente a necessidade de se afirmar perante os outros.

Isso que estou dizendo não é necessariamente sinônimo de virar muquirana ou de se vestir mal. É apenas uma questão de deixar de ser um escravo do consumo, bem como de deixar de ser um escravo da expectativa de outras pessoas. 

Supondo que você esteja no fundo do mar e a independência financeira signifique nadar até a superfície, pode ter certeza que ser escravo do consumo é como ter uma bola de ferro acorrentada na sua perna: enquanto você tenta nadar pra cima a bola de ferro sempre te puxará pra baixo. Pode até ser que você seja um floquinho de neve super especial e consiga nadar pra superfície mesmo com a bola te puxando pra baixo, mas pode ter certeza que nesse caso você fez muito mais esforço do que realmente era necessário.

sábado, 21 de março de 2015

Não há meio termo

Caralho, como tem sido difícil encontrar uma recepcionista decente.

Parece não existir um meio termo: ou a pessoa é superqualificada ou é subqualificada.

O superqualificado

A pessoa superqualificada desempenha a função com maestria, mas ela não se conforma em ser "apenas" recepcionista e sempre ambiciona algo que remunere mais (direito dela, fazer o quê). 

Por mais que eu ofereça um salário trezentos reais maior do que é comumente pago para recepcionistas em minha cidade, a pessoa superqualificada cedo ou tarde acaba encontrando alguma outra profissão que pague lá seus 3k, aí certo dia ela te avisa que encontrou uma boa oportunidade de emprego e lá está você, tendo que lidar com burocracia rescisória só pra ficar sem recepcionista pela vigésima vez.

O subqualificado

O subqualificado é incompetente em todas as maneiras imagináveis. Recepciona os clientes com uma cara de ânus; não sabe fazer absolutamente nada no computador que não seja acessar o facebook pra curtir as fotos da Katylayne e assistir vídeo do Mc Rodolfinho; consegue cometer a proeza de tirar xerox errado; falha cabulosamente em qualquer tarefa que você pedir que ela faça, mesmo tarefas que até um hamster adestrado faria com facilidade.

Você treina a pessoa, ensina pacientemente os procedimentos que são exigidos para uma profissão tão simples, mas a pessoa é simplesmente tão tapada que não há treinamento que a transforme em mediana.

Muitos subqualificados até se esforçam nos primeiros um ou dois meses, mas depois começam a desandar, a faltar com desculpas esfarrapadas, depois a faltar sem qualquer desculpa, e depois que são demitidos ligam falando "pelo amor de deus, eu preciso desse emprego!".

E isso não vale só para recepcionistas, serve também para empregados domésticos, garçons, vendedores, auxiliares administrativos e muitos outras profissões, por mais que você pague remuneração verdadeiramente condizente com o pouco grau de qualificação exigido. 

Conclusão

É triste mas é verdade: é difícil encontrar alguém que consiga desempenhar bem uma função que se resume basicamente a atender bem as pessoas, tirar cópias, scanear, fazer café, servir café e água e mexer com controles administrativos rudimentares.

O ensino público fundamental-médio é tão ruim, mas tão ruim, que consegue criar pessoas despreparadas para a realização de atividades extremamente simples. Não é a toa que sempre vemos por aí um alto índice de desemprego ao mesmo tempo que vemos também empresas procurando gente pra contratar.

terça-feira, 17 de março de 2015

Desempenho em janeiro e fevereiro de 2015



Encerrei 2014 cheio de expectativas para o ano de 2015 mas, como vocês podem ver, comecei o ano novo tomando no cu. 

Justificativas para o desempenho medíocre:

1) Desempenho fraco da empresa nos meses de janeiro e fevereiro, minha participação nos lucros nesses dois primeiros meses foi irrisória. 
2)  Minha mãe teve problema de saúde, tive que transferir dinheiro para que ela comprasse remédios e fizesse exames. O orçamento dela é muito apertado por conta de salário baixo, então costumo cobrir as despesas extras dela, para que ela não se endivide. É uma bosta quando isso acontece, mas mãe é mãe.
3) Viajei sete dias no carnaval. Houveram gastos fora da normalidade com passagens, comes e bebes.

Estou bem frustrado com esse desempenho, mas o ano está só começando e muita coisa pode acontecer. 

Uma observação: os próximos desempenhos mensais serão postados até o dia 5 do mês subsequente.

Saudações

Gostaria de me apresentar aos meus [no momento inexistentes] leitores, mas preservando ao máximo o anonimato, pois ser anônimo é o que me motiva a falar de minha vida na internet sem temer sequestro, morte, extorsão, roubo, calúnia, injúria, difamação e outros crimes previstos em nossa legislação.

Sem mais delongas, vamos lá:

Vida pessoal:

Tenho namorada e uns cinco ou seis amigos, mas ainda assim me considero um grande apreciador da solidão. Com todo o respeito às poucas pessoas que apreciam minha companhia, a verdade é que pouca coisa me traz tanta alegria quanto saber que não há nenhum compromisso marcado e que poderei ficar recluso em meu apartamento, na presença tão somente de meus filmes, séries, livros, músicas, pensamentos e o que me der na telha.

Considero-me absolutamente desapegado no que tange ao consumo: não nutro qualquer forma de apego por produtos, marcas e serviços, de modo que só gasto dinheiro com o que considero essencial, e meu conceito de essencial é extremamente restrito.

Sinto que só preciso de um apartamento pequeno que seja perto de meu local de trabalho e meu computador velho com a internet mais barata disponível, nada mais. Não tenho TV por assinatura, não tenho televisão, não tenho carro, aliás, com todo respeito ao gosto e à necessidade das pessoas, considero carro um grande e constante desperdício de dinheiro (provavelmente tratarei desse assunto em tópico específico algum dia).

Não almejo uma vida de luxo e ostentação, mas sonho em viver de renda. Adoraria ter em meu inconsciente a maravilhosa sensação de que não preciso mais trabalhar para não morrer de fome ou não ter que viver embaixo da ponte.

Já que este blog terá foco na minha busca pela independência financeira, não posso deixar de mencionar que não há produto ou serviço que supere a enorme satisfação que sinto ao ver dinheiro entrando na minha conta e, melhor que isso, se multiplicando mediante juros compostos. Sempre preferi admirar a cor azul nos meus extratos em vez de me lamentar com a cor vermelha.

Vida profissional: 

Tenho uma empresa prestadora de serviços.


Serei bem honesto contigo, os primeiros dois anos de empresa foram um grande e cabeludo cu. Eu matava dois leões por dia, trabalhando em média 60 horas por semana, para fechar o mês literalmente no zero a zero: com todas as despesas da empresa pagas, sem dever a ninguém, mas com quase nenhum centavo no bolso.

Nesse período minha qualidade de vida era inexistente e a sensação de que nadava, nadava e não chegava a canto nenhum era uma constante em minha vida. Enquanto isso, pessoas mais próximas, provavelmente bem intencionadas, me aconselhavam a buscar emprego em empresas já consolidadas ou recorrer ao concurso público.

Um fato interessante sobre ter uma empresa que não está andando nem pra frente nem pra trás é que você não tem a mínima noção de quando é a hora de reconhecer que falhou e partir para outra ou continuar insistindo para "quem sabe no mês que vem a situação melhorar".

Felizmente, passados os primeiros anos a situação melhorou bastante. Consegui clientes fixos o suficiente para arcar com as despesas mensais da empresa, consegui criar um fundo de reserva que mantém a empresa viva por um trimestre mesmo sem receber um centavo e, o melhor de tudo, consegui recuperar minha qualidade de vida, de modo que só preciso trabalhar em média sete horas por dia, sendo raríssimas as ocasiões em que tenho que pensar em trabalho nos fins de semana e feriados.

"Porra, seu madruga, ainda bem que deu tudo certo!". Meu caro leitor, a verdade é que a situação está longe de ser ideal. Vocês verão nos balanços pessoais que pretendo publicar mensalmente neste blog que a empresa ainda me gera muita pouca renda, e que há meses em que até minha secretária vai ganhar mais dinheiro que eu.

Ainda assim, continuo acreditando no potencial da minha empresa e que é empreendendo que se enriquece. Minha busca pela independência financeira terá a fórmula simplicidade voluntária + empreendorismo + investimentos.

Vida de investidor:

Li muitos blogs de investimento antes de resolver criar o meu e devo dizer que, comparado com a maioria dos investidores presentes na blogosfera, sou um ignorante no assunto.


Só comecei a estudar sobre investimentos no começo de 2014 e tive poucas oportunidades de colocar em prática o que venho aprendendo (essa falta de oportunidade é em sua maioria decorrente de falta de dinheiro). No momento só tenho dinheiro aplicado em uma LCI 98% CDI e guardado em poupança (para emergências). Como vocês podem ver, estou mais para um poupador do que um investidor propriamente dito.

Espero evoluir mais no assunto e compartilhar essa evolução com quem quer que acompanhe esse blog.
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